O Partido Social Democrata (PSP) acusou, esta segunda-feira, o Partido Socialista (PS) de ser responsável pelo “empobrecimento” de Portugal dos últimos 27 anos e lembrou que governou o país “sempre em emergência financeira” deixada pelos socialistas.
No seu discurso no arranque das jornadas parlamentares do PSD, o líder parlamentar, Joaquim Miranda Sarmento, apontou várias prioridades do partido, entre as quais ser “líder da oposição” e uma “alternativa credível” para os portugueses.
“Nesse sentido, temos de mostrar que os últimos 30 anos não são uma fatalidade. Nos últimos 27 anos, o Partido Socialista governou 20 anos e o PSD governou sete, sempre em emergência financeira. Primeiro os planos de emergência financeira que os governos de António Guterres nos deixaram, e depois a emergência financeira - muito mais grave - que nos deixou o governo de José Sócrates” afirmou o social-democrata.
E frisou: “Por isso, os últimos 27 anos de empobrecimento são marca exclusiva da governação do Partido Socialista”.
O político afirmou que o PSD “não governou” com o seu programa, mas sim “com a emergência financeira e as necessidades” que os socialistas “deixaram” e tem agora como objetivo dizer aos portugueses que “o país não está condenado ao rumo do empobrecimento”. “É possível crescer, é possível tornar os portugueses mais ricos, é possível criar uma sociedade mais próspera, mas também mais justa”, frisou.
Lembrando que esta segunda-feira, 17 de outubro, se assinala o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, Miranda Sarmento afirmou que o PSD “andou meses” a alertar o Governo de António Costa para apoiar os portugueses face “à perda de poder de compra provocada pela inflação”.
Referindo-se ao Orçamento do Estado para 2023, o político garantiu que o PSD irá apresentar as “devidas” alterações e que, durante os próximos dois dias, discutirá com “personalidades da sociedade civil várias matérias” do ponto de vista económico, fiscal, de saúde e de segurança social.
“Este é um Orçamento do Estado de continuação de uma política económica e social errada e que tem levado o país a divergir do ponto de vista da União Europeia e do ponto de vista da criação de riqueza”, acusou. “É um orçamento de ‘tapa-buracos’”.
E apontou sete críticas: “1.º é um orçamento de empobrecimento; 2.º é um orçamento em que falta crescimento económico; 3.º é um orçamento da voracidade fiscal; 4.º é um orçamento que continua a degradação dos serviços públicos e da administração pública; 5.º é mais um orçamento em que se vai verificar a falta de cumprimento das promessas; 6.º é mais um orçamento que aumenta a dependência dos portugueses face ao Estado e 7.º é mais um ano sem as mudanças estruturais que o país precisa”.
O líder parlamentar do PSD reiterou as críticas que têm sido feitas pelo partido ao Governo de retirar poder de compra aos pensionistas e funcionários públicos, comparando a inflação deste ano e a prevista para o próximo com os aumentos de salários e pensões em 2022 e 2023.
"Se os pensionistas em termos de poder de compra perdem nestes dois anos praticamente uma pensão, os funcionários públicos perdem um salário dos 14", disse, alertando que também os trabalhadores do privado irão perder poder de compra.
Miranda Sarmento acusou ainda o Governo de "nivelar por baixo" o nível de riqueza do país, considerando que existir cerca de um milhão de pessoas a receber o Salário Mínimo Nacional "não é aceitável num país que se quer próspero".
"É preciso ter a noção de que a orientação da política orçamental mudou: foi expansionista nos últimos anos, mas será em 2023 - se o Governo cumprir o que está no Orçamento do Estado - fortemente restritiva", alertou.
As jornadas parlamentares do PSD realizam-se entre hoje e amanhã, sendo as primeiras sob a liderança do partido de Luís Montenegro e da bancada de Joaquim Miranda Sarmento.
As últimas jornadas parlamentares do PSD realizaram-se em junho do ano passado, em Portalegre, ainda com Rui Rio como presidente e Adão Silva como líder da bancada.
[Notícia atualizada às 17h02]
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