Preocupação e pouco espanto. As reações (por cá) à demissão de Liz Truss

O Presidente da República manifestou "preocupação" face à demissão da primeira-ministra demissionária, já o primeiro-ministro confessou não ter ficado "propriamente surpreendido".

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© Rob Pinney/Getty Images

Márcia Guímaro Rodrigues
20/10/2022 17:32 ‧ 20/10/2022 por Márcia Guímaro Rodrigues

Política

Reino Unido

A primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, apresentou esta quinta-feira a sua demissão do cargo. A resignação aconteceu 45 dias após ter sido eleita líder Partido Conservador britânico e, consequentemente chefe do governo, tornando-a a primeira-ministra com o mandato mais curto da história britânica. 

Por cá, foram várias as reações à decisão da política, de 47 anos, e ao impacto que tem na esfera britânica e mundial. 

O primeiro-ministro, António Costa, foi das primeiras figuras políticas a reagir à demissão, confessando, em declarações aos jornalistas à entrada da reunião do Conselho Europeu, que não ficou “propriamente surpreendido” com a decisão de Liz Truss.

Em Dublin, na Irlanda, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou “preocupação” com a demissão, devido à “instabilidade que causa”, sobretudo nos “mercados financeiros a nível global”.

Já a líder do partido PAN, Inês de Sousa Real, recorreu à rede social Twitter, onde considerou que “vivemos tempos demasiado complexos, que não coadunam com a falta de visão e de políticas estruturantes para se enfrentarem os desafios que todos temos pela frente”.

Também o líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, comentou a política de Liz Truss. “O governo liberal de Liz Truss nem chegou ao fim do período experimental”, ironizou numa publicação no Twitter.

O ex-presidente do PSD, Rui Rio, partilhou a mesma visão de Marcelo Rebelo de Sousa, ao afirmar que “esta instabilidade no Reino Unido não é boa para ninguém”. “Nós próprios também pagamos um pouco desta fatura. Infelizmente, a enorme interdependência que hoje existe no mundo, assim o determina; para o bem e, muitas vezes, para o mal”, destacou.

O líder do partido Chega, André Ventura, considerou que "a demissão da primeira-ministra britânica não surpreende ninguém, dado o incrível amadorismo com que iniciou funções" e defendeu que "já há pouco a fazer que não seja marcar eleições legislativas nacionais".

Liz Truss anunciou hoje que apresentou a sua demissão ao Rei Carlos III. Numa declaração à porta da residência oficial de Downing Street, em Londres, adiantou que um sucessor será encontrado até ao fim da próxima semana. 

"Reconheço que, dada a situação, não posso cumprir o mandato para o qual fui eleita pelo Partido Conservador. Por conseguinte, falei com Sua Majestade o Rei para o notificar de que me demito como líder do Partido Conservador", disse.

Truss mantém-se em funções como primeira-ministra até ser escolhido um sucessor na liderança do Partido, que será indigitado pelo Rei, pois os Conservadores mantêm uma maioria absoluta no Parlamento.

Leia Também: Eis os possíveis sucessores de Liz Truss (sim, Boris Johnson é um deles)

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