Preocupação e pouco espanto. As reações (por cá) à demissão de Liz Truss
O Presidente da República manifestou "preocupação" face à demissão da primeira-ministra demissionária, já o primeiro-ministro confessou não ter ficado "propriamente surpreendido".
© Rob Pinney/Getty Images
Política Reino Unido
A primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, apresentou esta quinta-feira a sua demissão do cargo. A resignação aconteceu 45 dias após ter sido eleita líder Partido Conservador britânico e, consequentemente chefe do governo, tornando-a a primeira-ministra com o mandato mais curto da história britânica.
Por cá, foram várias as reações à decisão da política, de 47 anos, e ao impacto que tem na esfera britânica e mundial.
O primeiro-ministro, António Costa, foi das primeiras figuras políticas a reagir à demissão, confessando, em declarações aos jornalistas à entrada da reunião do Conselho Europeu, que não ficou “propriamente surpreendido” com a decisão de Liz Truss.
Em Dublin, na Irlanda, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou “preocupação” com a demissão, devido à “instabilidade que causa”, sobretudo nos “mercados financeiros a nível global”.
Já a líder do partido PAN, Inês de Sousa Real, recorreu à rede social Twitter, onde considerou que “vivemos tempos demasiado complexos, que não coadunam com a falta de visão e de políticas estruturantes para se enfrentarem os desafios que todos temos pela frente”.
A agenda liberal de @trussliz lá durou menos do que a dita alface!
— Inês de Sousa Real (@lnes_Sousa_Real) October 20, 2022
Brincadeiras à parte, vivemos tempos demasiado complexos, que não se coadunam com a falta de visão e de políticas estruturantes para se enfrentarem os desafios que todos temos pela frente.https://t.co/kxGIFXqfE5
Também o líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, comentou a política de Liz Truss. “O governo liberal de Liz Truss nem chegou ao fim do período experimental”, ironizou numa publicação no Twitter.
O governo liberal de Liz Truss nem chegou ao fim do período experimental
— Pedro Filipe Soares (@PedroFgSoares) October 20, 2022
O ex-presidente do PSD, Rui Rio, partilhou a mesma visão de Marcelo Rebelo de Sousa, ao afirmar que “esta instabilidade no Reino Unido não é boa para ninguém”. “Nós próprios também pagamos um pouco desta fatura. Infelizmente, a enorme interdependência que hoje existe no mundo, assim o determina; para o bem e, muitas vezes, para o mal”, destacou.
Esta instabilidade no Reino Unido não é boa para ninguém.
— Rui Rio (@RuiRioPT) October 20, 2022
Nós próprios também pagamos um pouco desta fatura. Infelizmente, a enorme interdependência que hoje existe no mundo, assim o determina; para o bem e, muitas vezes, para o mal. https://t.co/6uYjIJHRGJ
O líder do partido Chega, André Ventura, considerou que "a demissão da primeira-ministra britânica não surpreende ninguém, dado o incrível amadorismo com que iniciou funções" e defendeu que "já há pouco a fazer que não seja marcar eleições legislativas nacionais".
A demissão da primeira-ministra britânica não surpreende ninguém, dado o incrível amadorismo com que iniciou funções. Já há pouco a fazer que não seja marcar eleições legislativas nacionais!
— André Ventura (@AndreCVentura) October 20, 2022
Liz Truss anunciou hoje que apresentou a sua demissão ao Rei Carlos III. Numa declaração à porta da residência oficial de Downing Street, em Londres, adiantou que um sucessor será encontrado até ao fim da próxima semana.
"Reconheço que, dada a situação, não posso cumprir o mandato para o qual fui eleita pelo Partido Conservador. Por conseguinte, falei com Sua Majestade o Rei para o notificar de que me demito como líder do Partido Conservador", disse.
Truss mantém-se em funções como primeira-ministra até ser escolhido um sucessor na liderança do Partido, que será indigitado pelo Rei, pois os Conservadores mantêm uma maioria absoluta no Parlamento.
Leia Também: Eis os possíveis sucessores de Liz Truss (sim, Boris Johnson é um deles)
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