O presidente do PSD, Luís Montenegro, reagiu aos últimos números da inflação em Portugal e teceu críticas ao Governo de António Costa, considerando que a política socialista trouxe pobreza ao país.
“O PSD tem chamado a atenção de que estes sete anos de política socialista trouxeram a Portugal uma realidade de empobrecimento que é visível em vários domínios - nas dificuldades do dia a dia que as pessoas têm para fazer face as despesas mais básicas, mas também a aceder a serviços essenciais na saúde e na educação”, começou por dizer o líder social-democrata.
Em declarações à margem da 30.ª edição da Festa da Castanha, que decorre em Sernancelhe, no distrito de Viseu, Montenegro lamentou os baixos salários que se ganham no país e, no sentido inverso, os muitos impostos pagos pelos portugueses.
“Tudo isso não vai mudar com este Orçamento, pelo contrário, vai-se agravar. Os portugueses, aqueles que têm mais baixo rendimento e os pensionistas, vão perder poder de compra nos próximos anos e no próximo ano particularmente. Todos os índices apontam para o aumento da pobreza em Portugal”, salienta o social-democrata, relembrando que há quase 4,5 milhões de pessoas em situação de pobreza no país.
Quando questionado se pretende ‘sentar-se à mesa’ com o PS, para discutir o Orçamento de Estado para o próximo ano, Luís Montenegro referiu que o PSD está focado em apresentar medidas de alteração ao documento para "mitigar alguns efeitos negativos".
Este Orçamento não tem emenda, vem na senda de uma política económica que está errada há muitos anos, que não visa o crescimento da economia e a criação de valor, para termos mais oportunidades, melhores salários e melhores serviços públicos", concluiu.
Acreditando que o Governo agiu "tarde e a más horas" este ano, o líder do PSD considerou ainda que o OE2023 ignora auxílios que vão ser necessários.
"Não só o Governo agiu tarde e a más horas este ano de 2022 como não está ainda a projetar para 2023 todos os auxílios que as famílias, as empresas, as pessoas em particular, carecem para poderem enfrentar um aumento de preços que é verdadeiramente impactante naquilo que são as necessidades mais básicas", apontou Luís Montenegro.
Recorde-se que, de acordo com a estimativa do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgada esta sexta-feira, a taxa de inflação acelerou para 10,2% este mês. É o valor mais elevado desde maio de 1992.
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