O dirigente do Livre, Rui Tavares, reagiu esta terça-feira à notícia que dá conta de que o governo húngaro bloqueou um acordo que previa a disponibilização, por parte da União Europeia (UE), à Ucrânia de um pacote de ajuda no valor de 18 mil milhões de euros.
"Não por falta de aviso, isto é o que acontece quando não se tem salvaguardas contra autocracias que se desenvolvem dentro da UE", escreveu Rui Tavares, numa publicação na rede social Twitter.
A este propósito, o fundador do partido acrescentou: "Basta um governo autocrático para fazer cumprir as ordens de atores externos que desejem enfraquecer a UE".
Not for lack of warning, this is what happens when you do not have safeguards against autocracies developing inside the EU. You only need an autocratic government to do the bidding of external actors who wish to weaken the EU. https://t.co/6Nm4MXqGYK
— rui tavares (@ruitavares) December 6, 2022
Como reporta a Reuters, o ministro húngaro Mihaly Varga, no decorrer de uma reunião dos ministros da Economia e das Finanças do bloco europeu, confirmou a oposição do seu governo a um novo apoio à Ucrânia financiado através de um empréstimo conjunto da UE. Budapeste afirmou, no entanto, que iria prestar ajuda bilateral a Kyiv.
Esta decisão da Hungria em vetar o novo pacote de apoio destinado a Kyiv, que desde 24 de fevereiro tenta combater a invasão de Moscovo sobre o país, obriga assim os Estados-membros do bloco europeu a arranjarem uma alternativa para que a Ucrânia receba os fundos necessários para continuar a defender-se das tropas do Kremlin.
A este propósito, reporta o Politico, a Comissão Europeia prometeu, ainda assim, "disponibilizar a solução necessária à Ucrânia já a partir de janeiro", segundo a informação avançada pelo Comissário do Orçamento da UE, Johannes Hahn, durante a mesma reunião de ministros do bloco europeu.
De acordo com funcionários europeus aqui citados pelo mesmo meio de comunicação social, tal pode implicar algo semelhante à chamada 'cooperação reforçada', uma via legal para evitar vetos. Em causa está uma solução que, no entanto, exigiria aos países da UE que fornecessem garantias orçamentais nacionais - o que, em alguns casos, necessita de aprovação parlamentar, fazendo com que todo o processo fosse ainda mais demorado.
A guerra na Ucrânia, que dura há praticamente 10 meses, provocou a morte de, pelo menos, 6.702 civis, com outros 10.479 a terem ficado feridos, de acordo com os cálculos mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU).
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