O presidente do CDS-PP, Nuno Melo, considerou nesta quarta-feira, em declarações à RTP, que, após o ministro das Finanças, Fernando Medina, ter avançado com a demissão da Secretária de Estado do Tesouro, "só falta explicar as suas responsabilidades nesta contratação em concreto".

Isto porque, argumenta o líder centrista, "não há como Fernando Medina, o primeiro-ministro e Pedro Nuno Santos [ministro das Infraestruturas], não saberem o que se passa na TAP".

O que esta indemnização de meio milhão de euros, prévia a uma escolha para o Governo, acaba por revelar, argumenta Melo, é que "as coisas na TAP poderão ser ainda muito piores do que aquilo que já se percebia, se tivermos em conta que desde o devaneio da renacionalização já tivemos escândalos com contratos para aquisição de veículos, nomeação de pessoas para o Conselho de Administração sem o mínimo de capacidade ou competências e agora estes valores numa empresa que vive com dinheiro dos contribuintes".

Uma empresa, realça, que "só desde a renacionalização já beneficiou de mais de 3,2 mil milhões de euros, quando são pedidos cortes salariais aos pilotos, aos outros funcionários, e num país que atravessa todas as dificuldades".

Um panorama que, para o presidente centrista, significa que "a TAP parece uma espécie de um oásis num país com problemas, onde tudo se pode".

"Isto não pode ficar pela demissão da Secretária de Estado", alertou ainda Nuno Melo, considerando que "Fernando Medina sabe o que se passa na TAP", e "o que se passa é demasiado grave como para que, no dia seguinte, siga sem se alterar nada".

É neste âmbito que Fernando Medina, considerou o líder do CDS-PP, "tem muita coisa para explicar e o Governo tem de justificar como é que é possível, numa empresa pública, onde falta dinheiro para tudo, os administradores, para serem transportados para uma empresa do mesmo universo, recebam indemnizações de meio milhão de euros".

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