Montenegro arrasador. "Governos de António Costa têm defeito de fabrico"

O presidente do PSD, Luís Montenegro, reagiu à remodelação no Governo, com os secretários de Estado João Galamba e Marina Gonçalves, respetivamente, a serem nomeados para as funções de ministro das Infraestruturas e de ministra da Habitação.

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Daniela Carrilho com Lusa
02/01/2023 18:18 ‧ 02/01/2023 por Daniela Carrilho com Lusa

Política

Governo

O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Luís Montenegro, falou sobre a 'crise' do Governo de António Costa, fazendo duras críticas ao atual primeiro-ministro e considerando que "ou o Governo muda de vida, ou os portugueses exigirão mudar de Governo".

"A crise governativa só tem um responsável, esse responsável chama-se António Costa. O Partido Socialista não resiste em meter a mão em tudo, de tomar de assalto o aparelho do Estado e espalhar os seus tentáculos por todo o lado", começou por dizer Luís Montenegro, em declarações aos jornalistas no final da reunião da Comissão Permanente do PSD, na sede nacional do partido.

Montenegro considerou que o problema destes 11 meses não foram apenas os casos que atingiram os membros do Governo, mas sim, os problemas que "já vinham dos seis anos anteriores, foram e são graves, mas escondem um defeito bem mais profundo para Portugal".

"Os Governos de António Costa têm defeito de fabrico... A incapacidade de transformar e reformar, a governação de truques e de habilidades, a postura arrogante e a normalização das meias verdades ou meias mentiras como padrão das intervenções do Governo, a começar pelo seu primeiro responsável", criticou o presidente social democrata.

António Costa perdeu definitivamente a capacidade de recrutamento. Estas promoções são simplesmente ir buscar aparelho ao aparelho

Luís Montenegro promete aos portugueses que o PSD não ter um "segundo de descanso no cumprimento da sua missão de escrutínio e fiscalização do Governo" e refere que o povo português poderá "habituar" António Costa "à ideia de deixar de ser primeiro-ministro".

O líder do PSD acredita que a intenção, já demonstrada por António Costa, de se recandidatar daqui a quatro anos, revela "fraqueza e fragilidade".

Remodelação no Governo. Costa foi "ao banco de reservas"

Sobre a remodelação no Governo, anunciada esta segunda-feira com os secretários de Estado João Galamba e Marina Gonçalves, respetivamente, a serem nomeados para as funções de ministro das Infraestruturas e de ministra da Habitação, Luís Montenegro salienta que o primeiro-ministro foi "ao banco de reservas fazer uma remodelação que nem isso é".

"Não entra ninguém novo no Governo na altura mais crítica da vida do Governo. António Costa perdeu definitivamente a capacidade de recrutamento. Estas promoções são simplesmente ir buscar aparelho ao aparelho, ninguém sabe que Governo é este que, depois de nove meses de mandato, já perdeu os titulares de ministérios em áreas fundamentais, como a saúde ou a mobilidade e habitação, já perdeu um adjunto direto e também já perdeu um Ministro das Finanças", afirmou, referindo-se a Fernando Medina.

Se eu fosse primeiro-ministro e tivesse um ministro das Finanças que tivesse este comportamento, sairia do Governo

O líder social democrata acredita que, devido ao caso da secretária de Estado do Tesouro demissionária, "o ministro das finanças já perdeu a sua autoridade política e, um ministro das finanças sem autoridade política, é um peso morto no Governo", acrescentou.

"Se eu fosse primeiro-ministro e tivesse um ministro das Finanças que tivesse este comportamento, sairia do Governo, o que o primeiro-ministro vai fazer é manter um peso morto no Governo, está desprovido de autoridade", criticou.

Questionado como votará o PSD a moção de censura ao Governo apresentada pela Iniciativa Liberal, Luís Montenegro remeteu para terça-feira o anúncio da posição do partido, revelando que vai reunir a Comissão Política, ao início da tarde, e que participará na reunião do grupo parlamentar, ao final do dia.

O Presidente da República já excluiu a possibilidade de eleições antecipadas e o presidente do PSD disse concordar com essa decisão, uma vez que "não é tempo para abrirmos uma crise política em cima de uma crise social que atinge fortemente empresas e famílias".

Recorde-se que o primeiro-ministro, António Costa, propôs hoje os atuais secretários de Estados João Galamba e Marina Gonçalves, respetivamente para as funções de ministro das Infraestruturas e de ministra da Habitação.

Pedro Nuno Santos demitiu-se das funções de ministro das Infraestruturas e da Habitação na passada quarta-feira à noite para "assumir a responsabilidade política" do caso da indemnização de 500 mil euros paga pela TAP à ex-secretária de Estado do Tesouro Alexandra Reis.

A demissão de Pedro Nuno Santos foi a terceira ocorrida no Governo na última semana de dezembro e a 11.ª a atingir um membro do executivo socialista de maioria absoluta.

[Notícia atualizada às 18h46]

Leia Também: Socialistas e próximos de PNS. Quem são os novos ministros de Costa?

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