"Depois de 11 substituições de governantes em nove meses, depois de casos com relevância criminal, depois de governantes constituídos arguidos e acusados de crimes graves, depois das advertências expressas do Presidente da República ao primeiro-ministro para não confundir maioria absoluta com arrogância absoluta e não continuar a atuar com falta de transparência, o Dr. António Costa nomeou para o cargo de secretaria de Estado da Agricultura alguém que, como é hoje noticiado, é visada pelo Ministério Público pela existência de 700 mil euros em contas bancárias já arrestadas, a propósito de um processo crime no qual o respetivo marido está constituído arguido", aponta Nuno Melo.
Em comunicado, o líder e eurodeputado do CDS-PP "considera insustentável a manutenção da secretária de Estado da Agricultura, Carla Alves, no cargo e consequentemente, pede a respetiva demissão imediata, ou não acontecendo, a intervenção decisiva do Presidente da República".
Nuno Melo salienta que o ministério da Agricultura "gere a aplicação de fundos comunitários e dotações financeiras no valor de muitos milhares de milhões de euros, pelo que a credibilidade dos respetivos titulares tem que estar acima de qualquer suspeita".
"Maioria absoluta não pode ser sinónimo de impunidade. Maioria absoluta não legitima um governo a quebrar consensos de ética mínimos, que são exigíveis a quaisquer representantes políticos do Estado", defende o presidente do CDS-PP.
Apontando que "o CDS vinha dizendo que o quadro de instabilidade governativa tinha tudo para piorar", Nuno Melo defende que "poucos dias bastaram para esta previsão se confirmar".
O Correio da Manhã noticia hoje que a nova secretária de Estado da Agricultura tem contas bancárias arrestadas, na sequência de uma investigação que envolve o marido, Américo Pereira, que é ex-presidente da Câmara de Vinhais.
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