O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, reagiu, esta quinta-feira, às buscas realizadas pela Polícia Judiciária (PJ) no departamento de Urbanismo da autarquia. Em causa estiveram suspeitas de corrupção numa nomeação para prestação de serviços assinada pelo seu antecessor, Fernando Medina, que é atualmente ministro das Finanças.
Em declarações aos jornalistas, na inauguração da nova sede da Glovo, em Lisboa, o autarca confirmou a realização das buscas e que tais buscas se “referem a mandatos anteriores”, não revelando, contudo, o nome de Fernando Medina.
“Estamos a colaborar com tudo. A Câmara Municipal vai colaborar, obviamente, com a justiça”, afirmou, acrescentando que “hoje em dia é realmente importante dar o exemplo na política”.
Carlos Moedas revelou que “ainda este mês” irá propor à Câmara Municipal a “criação de um departamento anticorrupção”. “É importantíssimo que todos os processos sejam totalmente transparentes dentro da Câmara Municipal”, frisou.
A CNN Portugal avançou, na quarta-feira, que a PJ fez buscas na autarquia por suspeitas de corrupção, participação económica em negócio e falsificação. Em causa está um alegado caso de viciação de regras para que a autarquia lisboeta contratasse um antigo militante do Partido Socialista, Joaquim Mourão, para a gestão das obras da cidade.
O Ministério Público crê, segundo o mesmo canal de televisão, que o negócio teria como objetivo angariar dinheiro em obras públicas, através de subornos a empreiteiros e empresários, para o financiamento de estruturas do PS.
Medina terá assinado um despacho, enquanto autarca de Lisboa, em que nomeou uma empresa de Joaquim Mourão para serviços de consultoria das obras de requalificação da cidade.
Os alvos das buscas foram Joaquim Mourão, antigo autarca de Castelo Branco e de Idanha-a-Nova, e António Realinho, amigo do socialista e empresário na cidade. Além da Câmara de Lisboa, foram feitas buscas às casas e empresas dos dois empresários.
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