"Que os atropelos à autonomia universitária [no Peru] não fiquem impunes"

Declarações de José Gusmão, depois de a Fiscalía do Peru ter aberto uma investigação à polícia e ministério do Interior peruanos, devido às detenções realizadas na Universidade de San Marcos.

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Notícias ao Minuto com Lusa
09/02/2023 08:56 ‧ 09/02/2023 por Notícias ao Minuto com Lusa

Política

Peru

A Fiscalía do Peru abriu uma investigação à polícia e ministério do Interior peruanos, devido à detenção violenta de 192 pessoas que participavam numa manifestação na Universidade de San Marcos contra a atual situação política do país.

Ao longo dos últimos dias, o eurodeputado bloquista José Gusmão tem escrito vários tweets sobre o assunto e o anúncio desta investigação não foi exceção.

"Que os atropelos à autonomia universitária e à integridade de quem se manifesta não fiquem impunes", defendeu o dirigente do Bloco de Esquerda no Twitter.

Já esta semana José Gusmão tinha realçado o facto de a polícia peruana ter detido os manifestantes sob suspeita de "terrorismo". Uma acusação usada, relembrou o bloquista, "como arma de arremesso contra os defensores de direitos humanos desde a ditadura de Fujimori nos anos 1990".

Lembra ainda José Gusmão no Twitter que Fujimori está preso por "intervenções semelhantes e massacres cometidos em universidades".

Recorde-se que cerca de 400 agentes invadiram a universidade de San Marcos, apoiados por tanques e com elementos das forças especiais, sem terem alegadamente cumprido todos os procedimentos legais para deter as pessoas que estavam no edifício.

As manifestações no Peru começaram em dezembro após a Presidente Dina Boluarte (que era vice-presidente) ter assumido a chefia do Estado na sequência da destituição do então Presidente, Pedro Castillo, pelo Congresso, acusado de tentar executar um golpe de Estado ao anunciar a dissolução deste órgão.

Desde essa altura, milhares de pessoas têm-se manifestado a pedir a renúncia de Boluarte, novas eleições em 2023, a libertação de Castillo, entretanto condenado a 18 meses de "prisão preventiva", e justiça para as vítimas dos protestos.

Leia Também: Forças Armadas peruanas asseguram que vão repor "ordem interna"

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