A Fiscalía do Peru abriu uma investigação à polícia e ministério do Interior peruanos, devido à detenção violenta de 192 pessoas que participavam numa manifestação na Universidade de San Marcos contra a atual situação política do país.
Ao longo dos últimos dias, o eurodeputado bloquista José Gusmão tem escrito vários tweets sobre o assunto e o anúncio desta investigação não foi exceção.
"Que os atropelos à autonomia universitária e à integridade de quem se manifesta não fiquem impunes", defendeu o dirigente do Bloco de Esquerda no Twitter.
Já esta semana José Gusmão tinha realçado o facto de a polícia peruana ter detido os manifestantes sob suspeita de "terrorismo". Uma acusação usada, relembrou o bloquista, "como arma de arremesso contra os defensores de direitos humanos desde a ditadura de Fujimori nos anos 1990".
Lembra ainda José Gusmão no Twitter que Fujimori está preso por "intervenções semelhantes e massacres cometidos em universidades".
A Fiscalía (MP) do Peru abriu uma investigação contra a Polícia e o Ministério do Interior peruanos. Em causa estão irregularidades nas detenções realizadas na Univ. San Marcos. Que os atropelos à autonomia universitária e à integridade de quem se manifesta não fiquem impunes. https://t.co/Rlp4SxxZlQ
— José Gusmão (@joseggusmao) February 9, 2023
Recorde-se que cerca de 400 agentes invadiram a universidade de San Marcos, apoiados por tanques e com elementos das forças especiais, sem terem alegadamente cumprido todos os procedimentos legais para deter as pessoas que estavam no edifício.
As manifestações no Peru começaram em dezembro após a Presidente Dina Boluarte (que era vice-presidente) ter assumido a chefia do Estado na sequência da destituição do então Presidente, Pedro Castillo, pelo Congresso, acusado de tentar executar um golpe de Estado ao anunciar a dissolução deste órgão.
Desde essa altura, milhares de pessoas têm-se manifestado a pedir a renúncia de Boluarte, novas eleições em 2023, a libertação de Castillo, entretanto condenado a 18 meses de "prisão preventiva", e justiça para as vítimas dos protestos.
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