O antigo presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, considerou, esta sexta-feira, que a proposta de realização de primárias abertas para as presidenciais de 2026 por parte do Partido Socialista (PS) se trata de "uma ideia que merece reflexão", ao mesmo tempo que ressalvou que pretende contribuir para a solução "nas condições que se revelarem mais necessárias".
"O meu único interesse em relação às eleições presidenciais é que a área política em que me revejo esteja unida e tenha uma candidatura forte. […] Pretendo contribuir para essa solução, na medida em que isso seja possível, e nas condições que se revelarem mais necessárias", disse Augusto Santos Silva, em declarações à RTP, quando questionado se se apresentaria como candidato no sufrágio interno.
O socialista apontou, ainda assim, que a realização de primárias, à semelhança do modelo de 2014 que escolheu António Costa como candidato a primeiro-ministro do PS, "é uma ideia que merece reflexão".
"Evidentemente, é preciso deixar à direção do PS o tempo necessário para amadurecer essa reflexão e decidir. Umas primárias têm duas vantagens: a primeira é que impedem ou previnem que se apresentem candidaturas tão consolidadas que, depois, seja difícil voltar atrás, e permitem um debate aberto entre as pessoas interessadas. É um caminho para que, depois, se possa estar unido, porque haverá uma escolha e certamente todos aceitarão essa escolha", esclareceu.
Santos Silva considerou também que "há muito tempo", tendo afirmado estar "de acordo com o secretário-geral do PS quando ele diz que ainda não é o tempo de decidir". "Mas, justamente por ainda não ser o tempo de decidir, é o tempo de refletir", complementou.
O socialista disse ainda considerar ser "muito importante que o PS já tenha definido que, desta vez, vai apoiar formalmente uma candidata ou um candidato", e salientou que "não faria sentido reduzir ou restringir o processo de escolha apenas àqueles que sejam militantes do PS".
Recorde-se que cerca de uma centena de militantes do PS pediu um referendo interno para escolher o candidato que o partido vai apoiar nas eleições presidenciais de 2026, considerando que essa decisão deve ser feita de maneira alargada e não apenas por dirigentes.
Este manifesto, subscrito por cerca de 100 militantes socialistas, surgiu numa altura em que, segundo o jornal Expresso, o ex-presidente da Assembleia da República Eduardo Ferro Rodrigues defendeu que o PS deve realizar primárias abertas para escolher quem vai apoiar nas eleições presidenciais de 2026, considerando que "só poderá ter hipótese de passar à segunda volta uma candidatura que abranja todo o partido".
De qualquer modo, Pedro Nuno Santos considerou, esta sexta-feira, que ainda não é o momento da decisão dos socialistas sobre o apoio ao candidato presidencial, tendo recusado sentir-se pressionado ou que venha a ser uma imposição sua.
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