"Estrutura de pecado". Partidos reagem a relatório sobre abusos na Igreja

Da esquerda à direita, os partidos reagiram aos resultados da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja e aos testemunhos das vítimas de abusos sexuais neste contexto.

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Inês Frade Freire
13/02/2023 16:51 ‧ 13/02/2023 por Inês Frade Freire

Política

Igreja

Depois de a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja ter divulgado, esta segunda-feira, o sumário executivo do relatório final sobre o tema - que revelou que, “no mínimo”, 4.815 crianças foram abusadas por membros da Igreja nos últimos 72 anos -, da esquerda à direita os partidos têm vindo a reagir ao que foi dado a conhecer.

Em declarações aos jornalistas ou nas redes sociais, dirigentes e deputados têm dado opiniões convergentes: como "revolta", "atentado à liberdade" e "'estrutura de pecado'".

Pelo Partido Socialista, Isabel Moreira, nas redes sociais, enunciou "uma dor e revolta gigante", destacando ainda o "enorme respeito e empatia pelas vítimas" que sente.

Já o presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, classificou os abusos sexuais na Igreja Católica como "um gravíssimo atentado à liberdade" individual, considerando que, apesar dos danos irreparáveis, é fundamental "garantir a compensação possível" e a prevenção.

André Ventura, do Chega, vincou, em declarações aos jornalistas, que é católico, compreendendo a revolta das vítimas. Na ótica do líder do partido, "é importante mudar o prazo de prescrição destes crimes uma vez que muitas das vitimas só falam muito tempo depois de serem abusadas ou violadas".

Por sua vez, Rui Tavares, deputado do Livre na Assembleia da República e vereador na Câmara Municipal de Lisboa, apelou, em dois 'tweets', que o "fim da impunidade, fim ao encobrimento e fim aos abusos" sejam uma "missão".

Para o partido Pessoas–Animais–Natureza (PAN), numa série de publicações na rede social Twitter da deputada única Inês Sousa Real, foi feito um apelo a que "a Igreja, a sociedade e o Estado não deixem cair este tema no esquecimento" e que "não haja tolerância com os abusadores".

O Bloco de Esquerda, pela voz do deputado José Manuel Pureza, recorreu ao número de casos e vítimas para destacar que "se fosse uma já era demais". "Se eu tivesse que pôr um título a isto usaria uma expressão da Doutrina Social da Igreja: 'estrutura de pecado'", apontou no Facebook.

De recordar que a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica revelou, esta segunda-feira, que recebeu 512 testemunhos validados relativos a 4.815 vítimas desde que iniciou funções em janeiro de 2022 e enviou para o Ministério Público 25 casos de entre os 512 testemunhos validados recebidos ao longo do ano, anunciou o coordenador Pedro Strecht.

O pico de casos terá ocorrido entre 1960 e 1990, com 25% destes reportados desde 1991. Cerca de 77% dos agressores são padres, que abusavam uma maioria de vítimas do sexo masculino, com uma média 11,2 anos de idade.

Leia Também: Abusos sexuais na Igreja em Portugal. O que foi revelado até agora

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