Ventura pede que MP "atue rapidamente" sobre abusos na Igreja

O presidente do Chega apelou hoje ao Ministério Público para que "atue rapidamente" relativamente aos abusos na Igreja Católica, pedindo uma "união na Assembleia da República" para que se aumente o prazo de prescrição destes crimes.

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Lusa
13/02/2023 16:33 ‧ 13/02/2023 por Lusa

Política

Abusos na Igreja

André Ventura esteve esta tarde reunido com o presidente da Câmara de Loures a propósito da organização da Jornada Mundial da Juventude, tendo reagido, no final, em declarações aos jornalistas, ao relatório da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica que foi hoje conhecido.

"Há aqui dois reptos que eu, a par da minha tristeza pessoal, acho que ficam para o futuro. O repto ao Ministério Público para que atue rapidamente agora com os dados que temos, sobre os casos em que ainda é possível atuar dentro do prazo de prescrição", apelou.

O segundo repto deixado pelo presidente do Chega foi para "uma união na Assembleia da República" de forma que se aprove um projeto que já tinha sido apresentado pelo partido para aumentar "o prazo de prescrição destes crimes e para começar a contar-se o prazo desses crimes aos 30 anos da vítima".

"Há uma coisa que pode unir a Assembleia da República, que são os prazos de prescrição. Esta é uma questão que pode unir esquerda e direita porque não é uma questão de mais punitivo ou menos punitivo, é ter a consciência do que a comissão disse hoje de que há muita gente que é abusada e apenas tem condições de falar sobre estes casos muitos anos depois", enfatizou.

Na opinião de André Ventura, é preciso "dar essa possibilidade" às vítimas, sendo isso que está a ser feito "noutros países" e por isso "não há nenhuma razão" para não se fazer em Portugal.

"Porque senão os relatórios podem ser importantes do ponto de vista de sarar feridas, de alguma conciliação, mas se as pessoas sentirem que falam e que não acontece nada, vão sentir que justiça ficou por fazer", disse.

A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica recebeu 512 testemunhos validados relativos a 4.815 vítimas desde que iniciou funções em janeiro de 2022, anunciou hoje o coordenador Pedro Strecht, que referiu ainda que esta comissão enviou para o Ministério Público 25 casos.

Os casos de abusos sexuais revelados ao longo de 2022 abalaram a Igreja e a própria sociedade portuguesa, à imagem do que tinha ocorrido com iniciativas similares em outros países, com alegados casos de encobrimento pela hierarquia religiosa a motivarem pedidos de desculpa, num ano em que a Igreja se vê agora envolvida também em controvérsia, com a organização da Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa

Leia Também: Abusos sexuais na Igreja em Portugal. O que foi revelado até agora

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