Livre apela ao fim de "impunidade" e "encobrimento" de abusos na Igreja

O deputado único do Livre, Rui Tavares, defendeu hoje o "fim à impunidade, ao encobrimento e aos abusos" na Igreja Católica, considerando que tudo tem que ser feito para que mais ninguém passe por uma situação semelhante.

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Lusa
13/02/2023 17:00 ‧ 13/02/2023 por Lusa

Política

Abusos na Igreja

"Não podemos falhar a quem teve de relembrar o trauma e temos de fazer tudo para que mais ninguém tenha de passar pelo que passaram. Fim à impunidade, fim ao encobrimento e fim aos abusos tem de ser a nossa missão", escreveu o deputado do Livre, na sua conta na rede social 'Twitter'.

Na opinião do historiador e parlamentar do Livre, "hoje, mais do que nunca, com a leitura do relatório da comissão independente para o estudo dos abusos sexuais de crianças na Igreja Católica, fica evidente a coragem das pessoas que relataram aquilo por que nunca deveriam ter passado".

Mais tarde, num comunicado enviado à imprensa, o Livre defende que "é urgente que a Igreja Católica tome ações decisivas, concretas e céleres após décadas de uma cultura de silenciamento e conivência com estas situações".

"No imediato, deve apoiar psicologicamente todas as vítimas, ressarcindo-as nos casos em que isso seja pedido pelas mesmas, remeter todas as denúncias passíveis de procedimento criminal para o Ministério Público, e afastar todos os abusadores identificados de qualquer possibilidade de contacto com menores. Ao Estado cumpre um papel na investigação, em todo o processo judicial e na prevenção de situações semelhantes", acrescentam.

O Livre acompanha "as recomendações da comissão independente no sentido de alargar os prazos de prescrição deste tipo de crimes, permitindo às vítimas, ainda que já na idade adulta, tomar a decisão de denunciar e seguir com um procedimento criminal contra os seus abusadores".

A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica recebeu 512 testemunhos validados relativos a 4.815 vítimas desde que iniciou funções em janeiro de 2022, anunciou hoje o coordenador Pedro Strecht, que referiu ainda que esta comissão enviou para o Ministério Público 25 casos.

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) afirmou hoje que o relatório da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais na Igreja "exprime uma dura e trágica realidade: houve, e há, vítimas de abuso sexual provocadas por clérigos".

"Pedimos perdão a todas as vítimas: às que deram corajosamente o seu testemunho, calado durante tantos anos, e às que ainda convivem com a sua dor no íntimo do coração, sem a partilharem com ninguém", acrescentou.

[Notícia atualizada às 18h56]

Leia Também: "Estrutura de pecado". Partidos reagem a relatório sobre abusos na Igreja

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