O presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro (PSD), disse esta quarta-feira que não está "agarrado a lugar algum", após a Iniciativa Liberal (IL) ter rompido o acordo de incidência parlamentar feito com o Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM).
"A responsabilidade é de cada um, no que diz respeito às suas atitudes. E, naturalmente, o juízo final é do povo, que vê quem é referencial de instabilidade, e quem não o é. E, sobretudo, quem está realmente com espírito de missão", acrescentou, ainda, o líder do executivo açoriano sobre este tema.
Perante este cenário, que se afigura de eventual crise política no Governo dos Açores, Bolieiro garantiu, ainda assim, um "compromisso com a estabilidade governativa, em tempos muito difíceis, para servir bem os açorianos".
Questionado pelos jornalistas sobre se admite apresentar uma moção de confiança, o presidente do Governo Regional negou tal possibilidade.
"Não fui azo de nenhuma situação que provoque instabilidade. Temos um programa de Governo aprovado, recentemente garantimos a maior maioria parlamentar de sempre na votação do Orçamento [para 2023], portanto, vamos seguir a nossa vida com a naturalidade que o interesse dos Açores impõe", assegurou.
José Manuel Bolieiro defendeu a sua posição com o facto de, argumentou, a região estar a passar por um "período de transições muito complexas e em que a instabilidade apenas prejudica". E disse, em tom perentório: "Não serei eu o autor desta instabilidade e deste prejuízo".
Até porque, lembrou o líder do executivo açoriano, a rutura do acordo de incidência parlamentar, por parte da IL, surge numa altura em que decorre o processo de privatização da SATA, "da salvação da SATA no seu todo, e do cumprimento do plano de reestruturação".
E concluiu: "Estou ao serviço dos Açores e dos açorianos, sou resiliente, porque tenho uma convicção: servir a democracia, com uma alternativa, que nós assumimos nesta governação, que passa por uma mudança de paradigma".
As declarações de José Manuel Bolieiro surgem depois de o deputado IL no parlamento dos Açores, Nuno Barata, ter anunciado a rutura do acordo de incidência parlamentar feito com o PSD, de modo a viabilizar o Governo regional de coligação - que engloba PSD, CDS-PP e o PPM (Partido Popular Monárquico).
O exemplo foi seguido pelo deputado independente Carlos Furtado, anteriormente filiado pelo Chega.
Deste modo, o Governo liderado por José Manuel Bolieiro acaba por perder a maioria absoluta que detinha na assembleia legislativa regional.
[Notícia atualizada às 16h55]
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