"TAP tem sido uma arma de arremesso até mesmo dentro do Governo"
Alexandra Leitão admite que "talvez tenha havido alguma percipitação num anúncio tão peremptório" do despedimento por justa causa da CEO e do chairman da companhia aérea.
© Global Imagens
Política Alexandra Leitão
A deputada socialista Alexandra Leitão apontou, este domingo, que a TAP "tem sido uma arma de arremesso" não só "entre governo e oposição", mas "até mesmo dentro do Governo".
Em declarações à CNN Portugal, a comentadora da estação afirmou não estar surpreendida que o relatório da Inspeção Geral das Finanças tenha concluído pela ilegalidade da indemnização a Alexandra Reis, mas não se mostrou tão convencida relativamente ao despedimento por justa causa da CEO e do chairman da companhia.
Para a antiga ministra, o que o relatório diz sobre a CEO da TAP e o presidente do conselho de administração "é que o Governo deverá fazer a avaliação da atuação dos administradores envolvidos". Além disso, "diz que há normativos violados e que o Governo deve avaliar as consequências".
Por isso, na ótica de Alexandra Leitão, "talvez tenha havido alguma precipitação num anúncio tão peremptório" do despedimento por justa causa.
"Vai haver uma luta judicial", começou por apontar. "Juridicamente não sei mesmo. Admito que tenha havido alguma precipitação."
A comentadora entende que "houve vontade política de pôr termo à situação", mas realçou que o resultado da luta judicial sobre a justa causa é ainda incerto.
"O que me pareceu da conferência de imprensa foi que o Ministério das Finanças está a assumir a condução do processo TAP", afirmou, lembrando que, enquanto esteve o ministro Pedro Nuno Santos, o processo estava nas mãos da tutela das Infrastrutras.
A deputada defendeu ainda que, a haver uma reprivatização da TAP, deveria privilegiar-se "a dimensão estrutural, a dimensão do serviço público, do interesse público" de modo a "salvar uma empresa que toda a gente concorda que é estratégica para o país".
"Marcelo Rebelo de Sousa não escondeu o seu gosto pelo comentário político"
Quanto à entrevista dada por Marcelo Rebelo de Sousa à RTP na semana passada, a comentadora da CNN referiu que foi uma "entrevista bastante detalhada para um Presidente da República".
A "passagem mais dura" do chefe de Estado foi sobre "a maioria cansada e requentada" - que "não foi uma expressão muito simpática" -, mas foi uma entrevista onde Marcelo não se coibiu de mostrar o seu "gosto pela análise política".
Ainda assim, Alexandra Leitão nota que o Presidente "deixou claro que tem uma função constitucional de fiscalização do Governo, mesmo quando há maioria absoluta".
"Quanto à oposição, foi claro em dizer que não havia uma alternativa. Apesar de haver uma maioria percentual, numérica, não há na verdade uma alternativa política", concluiu.
Leia Também: TAP já instruída para recuperar indemnização de Reis (há "diligências")
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com