"Não faz sentido, neste momento, falar em dissolução", diz Marcelo

As declarações são do Presidente da República, após o primeiro-ministro ter considerado "gravíssimo" o e-mail que o ex-secretário de Estado Hugo Mendes enviou à presidente executiva da TAP sobre si.

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Notícias ao Minuto com Lusa
10/04/2023 15:32 ‧ 10/04/2023 por Notícias ao Minuto com Lusa

Política

Presidente da República

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, referiu, esta segunda-feira, que "não faz sentido, neste momento, falar em dissolução" do Governo perante o clima de crise económica. "O que faz sentido é o Governo governar bem", esclareceu, em declarações aos jornalistas, em Murça, Vila Real, ao qual pede para "evitar situações que aos olhos dos portugueses sejam mais um desgaste das instituições".

Uma dissolução do Governo, de acordo o Presidente, "significava uma paragem de quatro meses na vida económica, da aplicação dos fundos", e não faria sentido "neste que é um ano decisivo em termos de fundos europeus".

"É natural que as oposições, nomeadamente as oposições à direita, insistam [na dissolução], por causa deste erro, daquele erro, deste erro, daquele episódio", explicou Marcelo, insistindo para que a oposição se empenhe em "mostrar que é alternativa".

Na ótica do chefe de Estado, "o Presidente não é refém da oposição", nem "refém do Governo". "O Presidente não está nem no bolso da oposição nem no bolso do Governo. Está no bolso dele, e é livre e independente", reforçou, argumentando ainda que "neste momento não há uma alternativa óbvia em termos políticos".

Sobre a gestão da TAP, o Presidente denota ser "um tema sensível, em que se deve apurar tudo o que aconteceu", mas, além disso, sensível "em termos internos e externos".

Segundo Marcelo, "não saiu bem aos olhos dos portugueses uma iniciativa reunindo deputados, Governo e gestão da TAP para preparar o que seria a intervenção parlamentar", em janeiro, fazendo uma comparação: "Era o mesmo que um professor fazer uma preparação de um exame com os alunos que vai examinar". De acordo com Marcelo, "foi um desgaste desnecessário para as instituições".

Em causa está uma reunião por videoconferência com a presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, em 17 de janeiro deste ano, véspera da sua audição na Comissão de Economia da Assembleia da República.

Sobre o pedido de alteração do voo do Presidente quando estava em Maputo, divulgado num e-mail de Hugo Mendes, Marcelo voltou a frisar que nunca lhe "passaria pela cabeça essa ideia que seria estúpida e egoísta". "Estúpida porque só um político muito estúpido ia sacrificar 200 pessoas por causa de partir um dia mais cedo ou um dia mais tarde", denotou. "E egoísta porque era por 24 horas", acrescentou.

Recorde-se que esta segunda-feira, depois de uma semana marcada pelas audições parlamentares a Christine Ourmières-Widener e a Alexandra Reis, Costa considerou que o e-mail de Hugo Mendes a condicionar um voo de Marcelo Rebelo de Sousa era "gravíssimo" e garantiu que "não conhecia" esse email "e, se tivesse conhecido, teria obrigado o ministro [das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos] a demiti-lo, na hora".

[Notícia atualizada às 17h28]

Leia Também: Da "encenação" à "trapalhada". As reações ao sermão de Costa sobre a TAP

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