Em declarações à Lusa, o eurodeputado do CDS-PP considerou que a data prevista para as europeias "não podia ser pior, tendo em conta a sucessão de feriados e o momento do ano, com muito calor, tudo motivando a ausência dos eleitores".
Apontando que nas últimas eleições para o Parlamento Europeu a taxa de abstenção foi de quase 70%, Nuno Melo considerou que "todo o contexto das próximas eleições antecipa a possibilidade" de se registar uma "abstenção altíssima".
Uma delegação do CDS-PP, liderada por Nuno Melo, reuniu-se hoje, no parlamento, com a ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, e com o secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Tiago Antunes, para discutir a data de realização das eleições europeias. No final da semana passada, estes governantes reuniram-se também com os partidos com representação parlamentar.
O presidente do CDS-PP considerou que "alguma coisa tem de ser feita" e apelou ao Governo que, "tendo em conta a voz que Portugal tem no Conselho, possa ser encontrada uma data alternativa que sirva o interesse geral".
Nuno Melo defendeu igualmente o "recurso ao voto antecipado, porque mostrou garantir uma grande afluência às urnas" em eleições passadas.
O eurodeputado salientou uma "necessidade absoluta de se fazer tudo o que se possa para combater a abstenção" e conseguir "motivar as pessoas a participarem democraticamente nestas eleições europeias".
O líder do CDS-PP apontou a importância destas eleições para o partido -- as primeiras desde que perdeu a representação na Assembleia da República -- e indicou que "o objetivo é manter o eurodeputado".
"E desejavelmente crescer, mas sabemos das circunstâncias em que irá a votos", afirmou Nuno Melo, salientando que o CDS-PP "está mobilizado e confiante".
O Governo adiantou na semana passada que está tentar junto de Bruxelas evitar a marcação das eleições europeias a 09 de junho de 2024, devido à proximidade dos feriados, assegurando que se tal não for possível tentará mitigar os efeitos da abstenção.
As duas últimas eleições europeias, em 2019 e 2014, realizaram-se no final de maio, após acordo dos 27 Estados-membros para alterar a data inicial das eleições.
Recentemente, a única vez em que as eleições europeias decorreram 'coladas' a feriados nacionais foi em 1994: realizaram-se no domingo de 12 de junho, com o Dia de Portugal a calhar na sexta-feira anterior e o Dia de Santo António, em Lisboa, na segunda-feira a seguir.
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