O deputado do Partido Socialista (PS), Porfírio Silva, ressalvou, esta terça-feira, durante o desfile do 25 de Abril que decorre em Lisboa, que "quem confunde a extrema-direita, que tem saudades do fascismo, antidemocrática, com a esquerda parlamentar, que faz parte da democracia, está muito enganado acerca do que é preciso fazer hoje".
"Para continuar a desenvolver o país, a resolver os problemas que há para resolver, nós temos, em primeiro lugar, que garantir a democracia e o respeitos uns pelos outros", frisou ainda.
Na ótica de Porfírio Silva, "a saúde da democracia nunca está garantida contra aqueles que fazem tudo para destruí-la". "O primeiro momento para destruir a democracia é substituir o contraditório democrático pela violência verbal, e esse é normalmente é o primeiro ponto para a violência física".
"Nós temos, em primeiro lugar, de manter a ideia de que o pluralismo, a diversidade democrática, o respeito uns pelos outros, o respeito pela diferença. São contra, que o façam, mas respeitando a regras democráticas", rematou o socialista, referindo-se ao episódio do Chega na Assembleia da República
Recorde-se que o presidente da Assembleia da República avisou, esta terça-feira, durante a sessão solene do 49.º aniversário do 25 de Abril que "chega de insultos e de porem vergonha no nome de Portugal", depois dos deputados do partido liderado por André Ventura terem levantado cartazes durante o discurso do chefe de Estado brasileiro.
Mal o presidente do Brasil, Lula da Silva, iniciou a sua intervenção na sessão solene de boas vindas, os deputados do Chega levantaram-se e empunharam três tipos de cartazes, onde se liam "Chega de corrupção", "Lugar de ladrão é na prisão" e outros com as cores das bandeiras ucranianas.
Lula continuou o seu discurso durante mais alguns minutos, mas mal houve uma pausa, as bancadas à esquerda e do PSD aplaudiram entusiasticamente, enquanto os deputados do Chega batiam na mesa, em jeito de pateada, o que levou Augusto Santos Silva a intervir.
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