O líder parlamentar do Partido Social Democrata (PSD), Joaquim Miranda Sarmento, considerou, esta sexta-feira, que o ministro das Infraestruturas, João Galamba, "não terá condições para continuar no Governo", face às acusações proferidas pelo seu agora ex-adjunto, Frederico Pinheiro, que revelou que o ministro "quis mentir à Comissão Parlamentar de Inquérito" à TAP.
"Acabámos de saber pela voz do seu ex-assessor que o ministro quis mentir à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), omitindo informação relevante sobre o tema da TAP. Isso é inaceitável no comportamento de um membro do Governo e, por isso, o ministro João Galamba está politicamente muito diminuído pela mentira que quis fazer", disse Miranda Sarmento, em declarações aos jornalistas.
O líder parlamentar do PSD foi taxativo, lançando que o ministro das Infraestruturas "não terá condições para continuar no Governo".
Quanto à "reunião preparatória" entre o Ministério das Infraestruturas, o Grupo Parlamentar do Partido Socialista (GPPS) e a ex-CEO da transportadora aérea, Christine Ourmières-Widener, Miranda Sarmento apontou que o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, "tem de atuar neste comportamento inaceitável", que classificou como "gravíssimo do ponto de vista da ética e da condução dos trabalhos parlamentares".
"O senhor presidente da Assembleia da República, que está muito preocupado – e bem – com o regular funcionamento desta casa, tem de atuar neste comportamento inaceitável", salientou.
Já sobre as declarações proferidas esta manhã de sexta-feira pelo líder parlamentar do Partido Socialista (PS), Eurico Brilhante Dias, que considerou que a divulgação de dados confidenciais da CPI se tratou de "uma fuga seletiva de informação" e de "um crime", o social democrata atirou que o socialista tem "a obrigação de esclarecer o Parlamento e o país de os motivos que o levaram a fazer a declaração profundamente infeliz que fez e de pedir desculpa a todos os grupos parlamentares e a todos os deputados".
Isto porque, prosseguiu, Brilhante Dias "acusou os outros grupos parlamentares de violarem a lei e de passarem à comunicação social informação confidencial que tinha sido entregue à CPI da TAP" mas, "hoje à tarde, soubemos que o Governo apresentou queixa na Polícia Judiciária (PJ) contra um agora ex-assessor do ministro das Infraestruturas, exatamente porque suspeita que a fuga de informação tenha vindo desse gabinete", disse.
Miranda Sarmento rematou as suas declarações com um pedido dirigido diretamente ao primeiro-ministro, António Costa, a quem apelou que coloque "ordem na casa e ordem no Governo".
De notar que em causa está a coordenação de uma reunião secreta do PS com a ex-CEO da TAP, através de mensagens de Whatsapp e correio eletrónico, que foram divulgadas pela SIC e pela CNN Portugal, na quinta-feira, levando, esta sexta-feira, à exoneração do adjunto do gabinete do ministro das Infraestruturas por "comportamentos incompatíveis com os deveres e responsabilidades inerentes ao exercício das suas funções num gabinete ministerial".
[Notícia atualizada às 18h35]
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