O presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, reagiu, este sábado, às declarações de João Galamba, no âmbito da polémica que envolve a reunião entre a ex-CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, e elementos do Partido Socialista (PS), sublinhando que já não está em fase de se "preocupar com Galambices".
"O que é evidente que quem informou a ex-CEO da TAP sobre a existência de uma reunião foi o ministro das Infraestruturas, o mesmo que tinha dito que a reunião tinha sido agendada pelo Ministério dos Assuntos Parlamentares", começa por apontar.
Outro dos aspetos que considera relevante é que "houve troca de informações, preparação de perguntas". "É evidente que essa reunião serviu para deputados do PS, elementos do Ministério das Infraestruturas e a ex-CEO da TAP prepararem uma ida à comissão no dia seguinte", afirmou.
"Estes factos são agora absolutamente evidentes e contrariam aquilo que João Galamba tinha tentado dizer ou, pelo menos, omitir, ao longo deste processo", proferiu.
Na ótica de Rui Rocha, quando a reunião veio a público, "Galamba tentou alijar a sua responsabilidade, dizendo que tinham sido os assuntos parlamentares". "Há uma clara omissão de factos", atirou, acrescentando ainda que "agora estão perfeitamente esclarecidos pela voz do próprio ministro".
"Já não estou na fase de me preocupar com Galambices", denotou, esclarecendo que a 'fase' agora recai sobre "Costices": "ver aquilo que é a influência e a posição do primeiro-ministro em todo este processo". "Há uma enorme cobardia de António Costa em todo este processo", rematou.
Recorde-se que o ministro das Infraestruturas, João Galamba, está 'debaixo de fogo' depois de o seu nome ter sido posto em causa no âmbito da polémica que envolve a reunião (já não tão secreta) entre a ex-CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, e elementos do Partido Socialista (PS), que ocorreu a 17 de janeiro.
No encontro, a ex-responsável e socialistas combinaram perguntas e respostas para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) relativa à indemnização pela companhia aérea portuguesa à antiga secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis.
A polémica adensou-se na sexta-feira quando o ex-adjunto do ministro, Frederico Pinheiro, exonerado esta semana, explicou que considera que as razões que levaram à sua saída se prendem com notas tiradas nessa mesma reunião, na qual representou o Governo. O ex-responsável foi informado pelo gabinete de João Galamba que o ministério das Infraestruturas iria responder à CPI que "não existiam notas dessa reunião". Frederico Pinheiro sublinhou, então, que seria obrigado a contradizer essa informação, tendo sido exonerado.
Em causa está a acusação de Frederico Pinheiro de uma possível mentira do ministro à CPI, o que Galamba nega categoricamente.
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