"O que vimos hoje foi um certo desequilíbrio emocional, precipitação política e uma vontade de confronto que me leva a perguntar novamente se está bem", afirmou o líder do Chega, questionando se o "primeiro-ministro está bem mentalmente", se está "equilibrado e na posse de toda a sua capacidade".
André Ventura considerou que o primeiro-ministro decidiu "enfrentar diretamente o Presidente da República, a grande maioria da opinião pública do país e dos agentes políticos" e acusou António Costa de fazer um "exercício de vitimização, puxar a corda e pedir a Belém que marque eleições na lógica de que quanto mais rápido para o PS melhor porque o desgaste acontece a cada dia e a cada semana".
O deputado falava aos jornalistas na Assembleia da República, depois de ser conhecido o pedido de demissão do ministro das Infraestruturas, João Galamba, que não foi aceite pelo primeiro-ministro, e da declaração de António Costa ao país.
Ventura defendeu igualmente que "o ambiente de confronto e de conflitualidade que hoje se abriu entre o Presidente da República, entre o país, o primeiro-ministro e o Governo deixam sem grandes condições de continuidade o Governo de António Costa quanto ao exercício do seu mandato".
"Que comunicação foi esta? o país hoje esperava que um primeiro-ministro digno, a pensar no país, aceitasse o pedido de demissão de João Galamba, correspondendo até a uma tradição portuguesa, que é respeitar uma vontade do Presidente da República", defendeu.
O líder do Chega salientou que "ninguém pode levar a sério que a privatização da TAP vá ocorrer com um ministro que acabou de passar pelo que passou João Galamba, ninguém pode acreditar que a ferrovia e a sua modernização, um dos grande desígnios deste Governo, vão acontecer sob a pele de um ministro que não está fragilizado, está anulado pela opinião pública e do Presidente da República".
"Deve haver dissolução da Assembleia da República e o Chega está preparado para ser uma alternativa e para governar o país", defendeu.
O presidente do Chega alertou igualmente que o "clima de crispação e de conflitualidade vai marcar atualidade política durante os próximos dias e as próximas semanas".
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