Marcelo deveria ter tido "coragem política" para dissolver AR, diz Chega

O líder parlamentar do Chega considerou hoje que o Presidente da República deveria ter tido a "coragem política" para dissolver o parlamento e convocar eleições, defendendo que o Governo está "em farrapos" e o país "precisa de estabilidade".

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Lusa
04/05/2023 21:02 ‧ 04/05/2023 por Lusa

Política

Chega

Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, após a declaração de Marcelo Rebelo de Sousa ao país, Pedro Pinto afirmou que o Governo está "em farrapos, partido aos bocados", e "não dá credibilidade ao país".

O líder parlamentar do Chega considerou que "este não é um Governo estável", contrapondo que "Portugal precisa de estabilidade, não há dúvida, mas a estabilidade tem de vir com eleições".

"Achamos que o Presidente da República devia ter ido mais além, devia ter terminado hoje mesmo com este Governo porque falou em estabilidade, mas que estabilidade é que têm os portugueses quando estão com dificuldades todos os dias de meter a comida na mesa, de pagar a renda de casa, de pagar o seu carro?", questionou o deputado do Chega.

Pedro Pinto disse que "não é surpresa" que o Presidente da República não tenha dissolvido a Assembleia da República, apesar de considerar que "devia ter dado esse passo, devia ter essa coragem política".

"Porque às vezes os Presidentes da República têm que ter coragem para fazer isso. Faltou-lhe essa coragem hoje", lamentou.

O líder parlamentar do Chega afirmou que "existe um conflito instalado entre a Presidência da República e o primeiro-ministro e que a culpa foi do Governo, foi do primeiro-ministro".

O Presidente da República deixou um "recado muito claro, de que vai estar atento aquilo que vai fazer o Governo", mas já disse isso antes "noutras situações", acrescentou.

"O que é certo é que Marcelo Rebelo de Sousa confiou em alguém que não é confiável, que é o primeiro-ministro, António Costa", disse o deputado do Chega.

Para Pedro Pinto, o chefe de Estado "arrasou completamente" o ministro das Infraestruturas, João Galamba.

"É um ministro que está acabado, ele já estava acabado, já estava a prazo, e hoje teve o seu ponto final, teve o seu epílogo com estas declarações do Presidente da República", referiu.

Numa comunicação ao país a partir do Palácio de Belém, em Lisboa, o Presidente da República assinalou hoje que irá retirar ilações do episódio protagonizado pelo ministro João Galamba, mas afirmou que procurará manter a estabilidade política.

Marcelo Rebelo de Sousa prometeu também que estará "ainda mais atento e mais interveniente no dia a dia" para prevenir fatores de conflito que deteriorem as instituições e "evitar o recurso a poderes de exercício excecional".

[Notícia atualizada às 21h38]

Leia Também: Manter Galamba tem custos para a autoridade do Estado, diz Marcelo

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