Chega considera insuficientes respostas do Sistema de Segurança Interno

O presidente do Chega considerou hoje insuficientes as respostas do Sistema de Segurança Interna "às inquietações" sobre as condições de segurança da Jornada Mundial da Juventude.

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Lusa
03/07/2023 18:59 ‧ 03/07/2023 por Lusa

Política

JMJLisboa2023

"Ontem [domingo], o Sistema de Segurança Interna respondeu às inquietações que o Chega tinha apresentado, referindo que até ao momento não foi detetada qualquer situação de risco específico de terrorismo, auxílio à imigração ilegal ou criminalidade organizada Internacional em torno da Jornada Mundial da Juventude", afirmou André Ventura, numa conferência de imprensa no Funchal.

O presidente do Chega agradeceu as respostas dadas, considerando, no entanto, não ter tido "resposta às inquietações" que lançou relativamente ao risco de segurança decorrente da inscrição de cidadãos de países do Médio Oriente na JMJ.

"Quantas inscrições existem até ao momento de cidadãos oriundos do Médio Oriente e, sobretudo, de países com alta predominância de terrorismo e de extremismo islâmico? Essa resposta não foi dada", salientou André Ventura.

"O Sistema de Segurança Interna disse que muitas das inscrições que foram feitas não foram completadas. Mas quantas foram feitas? Quantas foram iniciadas? Quantas estão em processo de iniciação? Até ao momento ainda não sabemos", acrescentou.

André Ventura sublinhou que o Sistema de Segurança Interna assegurou "que todos os vistos atribuídos o serão com critérios específicos e rigorosos" e que não especificou quais.

"E por isso mantém-se a suspeita que o Chega lançou [...] que de facto se confirma a inscrição de milhares de pessoas provenientes do Médio Oriente, pessoas cujos 'backgrounds' não foram verdadeiramente averiguados, analisados e investigados e de pessoas que podem representar risco para a segurança nacional", afirmou.

André Ventura pretende ainda saber que medidas o Governo propõe para garantir "que estas pessoas, conseguindo chegar a Portugal, não permanecem em território português após a Jornada Mundial da Juventude ou transitam para outros países da União Europeia".

"Eram estas as respostas que nós queríamos ter tido e não uma vaga informação de que os critérios para a atribuição de vistos são rigorosos e criteriosos. Porque isso honestamente já sabemos, não sabemos é que medidas estão a ser implementadas pelo Governo para enfrentar um risco real, com números reais, verdadeiramente relevantes nesta matéria", apontou.

No domingo, o Sistema de Segurança Interna divulgou um comunicado no qual se afirma que até ao momento não foi identificada qualquer situação de risco no âmbito das inscrições para a Jornada Mundial da Juventude e que os critérios para os vistos são "específicos e rigorosos".

"Tendo sido manifestada preocupação pública com o número de inscritos na JMJ2023 de nacionais de países de áreas geográficas que podem eventualmente representar algum risco para a segurança daquele evento, o Sistema de Segurança Interna vem esclarecer [...] que todos os nacionais das referidas áreas geográficas carecem de visto Schengen para entrada no espaço europeu e em território nacional", indicou, em comunicado, o SSI.

O presidente do Chega disse ainda compreender que as forças de segurança não queiram "criar alarme", mas recordou que já houve uma tentativa de assassinato de um Papa em Portugal.

Leia Também: Forças de segurança anunciam protestos e greve para semana da JMJ

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