O foco da reunião da missão da comissão dos Assuntos Económicos e Financeiros (ECON) do Parlamento Europeu (PE), disse o eurodeputado à Lusa, foi a subida das taxas de juro de referência do BCE e "as suas consequências para os cidadãos, as empresas, no contexto da inflação que, entretanto, começou a descer significativamente".
"Foi esta a mensagem que levámos a Christine Lagarde e à sua equipa", salientou, referindo ainda que a reunião decorreu à porta fechada, não podendo, por isso, dar conta do acolhimento feito às preocupações expressas.
Sublinhando que a independência do BCE é inquestionável, Pedro Marques -- que também é vice-presidente do grupo dos Socialistas & Democratas (S&D) no PE --, arriscou que a seguir ao verão, ao contrário da recente mensagem deixada pela presidente do BCE, não deverá manter-se "a espiral de aumentos das taxas de juro".
"É um sofrimento de que as famílias e as empresas não precisam e provavelmente é um exagero na dose" do remédio para controlar a inflação, opinou.
Num cenário em que os preços na produção estão negativos e em que a inflação de base (exclui preços da energia, alimentos, álcool e tabaco -- mais voláteis) "anda na ordem dos 3% e já desceu muito, provavelmente, o BCE tem razões para entrar numa fase de esperar para ver as consequências de todos os aumentos que já realizou", disse ainda o eurodeputado.
A ida da missão da ECON a Frankfurt, onde está sediado o BCE, insere-se numa reunião anual com o Conselho Executivo do banco central, no âmbito do escrutínio que o PE faz à instituição bancária.
A eurodeputada socialista Margarida Marques também integrou o grupo.
Leia Também: BCE lança consulta a europeus sobre novos temas para as notas de euro