No voto da autoria do Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Kundera, que morreu aos 94 anos no passado dia 11, é lembrado como "um dos maiores nomes da literatura do século XX".
O texto refere que o autor "escreveu romances, ensaios, textos para teatro e poesia, tendo-lhe sido atribuídos vários prémios internacionais e distinções académicas e literárias".
"Não podemos deixar de destacar a sua incontornável obra 'A Insustentável Leveza do Ser', quinto romance do autor, foi editada em Portugal em 1987, onde Milan Kundera escreve que 'a verdadeira bondade do homem só se pode se manifestar com toda a pureza, com toda a liberdade, em relação àqueles que não representam nenhuma força. O verdadeiro teste moral da humanidade - o mais radical, num nível tão profundo que escapa ao nosso olhar - são as relações com aqueles que estão à nossa mercê: os animais. É aí que se produz o maior desvio do homem, derrota fundamental da qual decorrem todas as outras.'", lê-se no texto.
Segundo o projeto do PAN hoje aprovado, Kundera "foi, indiscutivelmente, um dos grandes autores do século XX" e deixou "um legado único através das suas obras".
"A Assembleia da República mostra o seu profundo pesar pela morte de Milan Kundera e expressa as mais sentidas condolências aos seus familiares e amigos", remata o voto.
Nascido em Brno, em 01 de abril de 1929, na atual República Checa, Milan Kundera emigrou para França em 1975 depois de ser ostracizado por criticar a invasão soviética da Checoslováquia em 1968 e em 1981 adotou a nacionalidade francesa.
Autor de uma vasta obra, que abrange o romance, o ensaio e a poesia, Kundera é considerado um dos mais importantes escritores do século XX e "A insustentável leveza do ser" é a sua obra mais aclamada pelos leitores e pela crítica.
O escritor morreu em Paris no dia 11 de julho, aos 94 anos, após doença prolongada, anunciou a sua editora em França, a Gallimard.
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