"Eu espero uma grande jornada de convívio, de partilha. Esta é a festa mais impactante, a maior festa de comício de um partido político em Portugal", disse Luís Montenegro, em declarações aos jornalistas à chegada à Herdade do Chão da Lagoa, nos arredores do Funchal, onde hoje decorre a festa anual do PSD/Madeira.
Quando Montenegro chegou, cerca das 10:30, acompanhado do presidente do Governo Regional e líder PSD/Madeira, Miguel Albuquerque, já se encontravam milhares de pessoas no recinto.
Seguiu-se a tradicional visita às tasquinhas - onde estão representadas as 54 freguesias da Região Autónoma da Madeira.
"O que eu espero é ver muito entusiasmo, muita mobilização, e também muito foco no grande desafio que são as eleições de 24 de setembro, onde queremos atingir um resultado que dê maioria absoluta na Assembleia Legislativa e condições para prosseguir o excelente trabalho que o nosso presidente Miguel Albuquerque tem feito", salientou o presidente do PSD.
Interrogado sobre possíveis coligações pós-eleitorais, designadamente com o Chega, Montenegro respondeu que "o PSD tem força e tem eleitorado mais do que suficiente para governar sozinho em qualquer território do país e também no Governo da República".
"O que nós precisamos é de votos e, até ao dia 24 de setembro, nós vamos de rua em rua, de local em local, de concelho em concelho, para esclarecer os madeirenses, os porto-santenses, para termos uma grande maioria e para não precisarmos de ninguém para governar", declarou.
Durante o périplo pelas tasquinhas, o presidente do PSD foi ainda questionado sobre a reunião do Conselho de Estado, que decorreu na sexta-feira, convocada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para fazer uma análise da situação económica, social e política do país, tendo considerado "um bocadinho insólito" que "tenha ficado a meio".
"Mas pelos vistos vai continuar em setembro e esperaremos pelas respetivas conclusões", acrescentou.
Questionado, por outro lado, sobre esta festa ser habitualmente um palco para tecer críticas ao Governo nacional, do PS, e se poderia desvendar o conteúdo do discurso político que irá proferir, Montenegro respondeu que terá oportunidade de "mostrar que o Governo Regional da Madeira está a governar bem a região", o que dará "o mote" para "assinalar o estado em que o Governo da República se encontra".
"Um estado de negação, um estado em que o primeiro-ministro [António Costa] afirma que o país está melhor e que as pessoas estão melhores, e é uma coisa que ninguém vê", considerou.
Luís Montenegro reforçou que a descrição do país feita por António Costa "não se coaduna com o dia-a-dia das portuguesas e dos portugueses que têm muita dificuldade em pagar as suas contas no final do mês, cada vez com um salário real mais baixo e cada vez com mais problemas do ponto de vista da qualidade dos serviços públicos".
"Uma sociedade portuguesa que hoje tem impostos máximos e serviços mínimos e que parece que satisfaz muito o partido socialista e o doutor António Costa, mas que está longe de ser aquilo que nós desejamos para Portugal", insistiu.
As intervenções políticas da festa do Chão da Lagoa, que decorre hoje debaixo de chuva, estão previstas para as 14:00,subindo ao palco, além de Luís Montenegro e de Miguel Albuquerque, o secretário-geral do PSD/Madeira, José Prada, o presidente da JSD/Madeira, Bruno Melim, e o líder da concelhia do Funchal do PSD, Pedro Calado.
A festa dos sociais-democratas madeirenses conta também com diversas atuações musicais, destacando-se este ano a presença dos D.A.M.A e Toy.
Nas eleições regionais de 22 de setembro de 2019, o PSD perdeu pela primeira vez a maioria absoluta na Assembleia Legislativa Regional da Madeira, elegendo 21 deputados num total de 47, com cerca de 40% dos votos, e formou um Governo de coligação com o CDS-PP.
Para as eleições deste ano, PSD e CDS-PP estabeleceram uma coligação pré-eleitoral.
[Notícia atualizada às 13h46]
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