A Iniciativa Liberal (IL) defendeu, na quarta-feira, que o "Estado português não pode pactuar com tráfico humano", referindo-se à contratação de médicos cubanos.
No dia em que o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, foi ouvido na Comissão Parlamento de Saúde, a pedido da IL, sobre a contratação de médicos da América Latina, o partido sublinhou nas redes sociais que estes "não podem falar com pessoas com valores diferentes à ideologia do Estado cubano", "são obrigados a divulgar relacionamentos românticos ao Estado cubano", "não podem sair da cidade onde estão a prestar serviços" e "veem a maior parte do seu salário ir para o Estado cubano".
Neste sentido, a IL "condena o Estado português por concretizar um acordo com um Estado totalitário que importa pessoas como se fossem mercadorias".
"O Estado português é cúmplice da forma como estas pessoas são tratadas. A Iniciativa Liberal exige que os direitos humanos sejam respeitados em Portugal. Estes contratos têm de ser feitos de forma individual com estes profissionais e não diretamente com o Estado cubano", destacou.
️ O ESTADO PORTUGUÊS NÃO PODE PACTUAR COM TRÁFICO HUMANO
— Iniciativa Liberal (@LiberalPT) July 26, 2023
Os médicos cubanos que são contratados pelo Estado português:
Não podem falar com pessoas com valores diferentes da ideologia do Estado cubano
São obrigados a divulgar relacionamentos românticos ao Estado cubano
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Na comissão, quando questionado pela deputada da IL Joana Cordeiro sobre o facto de os médicos cubanos contratados através de uma empresa de recrutamento estatal cubana receberem apenas uma pequena parte do vencimento pago pelo Estado português, Pizarro respondeu que "há centenas de empresas deste género a funcionar em Portugal" e que o Governo não controla o que elas pagam aos médicos.
Lembrou ainda que estas contratações de médicos da América Latina acontecem desde 2009 - quando era secretário de Estado - e que estão hoje em Portugal 58 médicos cubanos a trabalhar no serviço público em regime de contrato direto, "o que provavelmente só foi possível porque vieram inicialmente ao abrigo desse primeiro acordo".
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