Apresentação do 'Mais Habitação'? Preços das casas "subiram ainda mais"

Para Luís Marques Mendes, o tema da Habitação é "daquelas matérias que justificava quase um entendimento de regime entre os dois grandes partidos para fazer baixar os preços das casas".

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Ema Gil Pires
13/08/2023 22:11 ‧ 13/08/2023 por Ema Gil Pires

Política

Luís Marques Mendes

Luís Marques Mendes, no seu habitual espaço de comentário na SIC, argumentou este domingo que "desde que o pacote 'Mais Habitação' foi apresentado, sensivelmente no início do ano, os preços das casas, sobretudo nos grandes centros, em particular em Lisboa, subiram ainda mais".

Valores que, na sua ótica, "já eram muito altos, subiram ainda mais". Para o ex-presidente do PSD, isso significa que "este pacote de Habitação ainda não entrou em vigor e já assustou as pessoas e, consequentemente, fez subir os preços".

Na ótica de Luís Marques Mendes, trata-se de algo "muito preocupante", tendo exemplificado com dados da plataforma 'HousingAnywhere', referentes ao segundo trimestre deste ano, que dão conta de que Lisboa se tornou na cidade mais cara da Europa para arrendar casa. Na capital portuguesa, revelou este site, o preço médio de arrendamento de um T1 fixa-se nos 2.500 euros, superando cidades como Amesterdão, Utrecht, Paris e Munique. "Isto é um pouco assustador, porque nós, depois, não temos o poder de compra, nem os salários, correspondentes à Holanda, França ou Alemanha", elaborou.

O comentador referiu que tal acarreta "duas consequências sérias". E recorreu a um exemplo para ilustrar a primeira delas: "eu conheço várias pessoas que já deixaram de morar em Lisboa. Já mudaram a sua residência para Setúbal, Portalegre ou Évora".

Porém, existe outra, ainda "mais preocupante", considerou, elaborando: "É que preços altíssimos na habitação matam o chamado elevador social". Isto porque “os melhores empregos, de modo geral, com salários mais elevados, encontram-se em Lisboa e no Porto. Mas uma pessoa só se muda para Lisboa e para o Porto se tiver uma casa a preço razoável e acessível”. 

Sobre se o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vai dar um aval positivo ao pacote 'Mais Habitação', já aprovado no Parlamento, referiu: "Não sei o que vai acontecer. O Presidente ou promulga, ou veta, ou envia ao Tribunal Constitucional - provavelmente só lá mais para o final do mês é que saberemos a sua decisão".

Porém, Luís Marques Mendes considerou que a 'chave' nestas matérias passaria por uma abordagem diferente. E concluiu: esta é "daquelas matérias que justificava quase um entendimento de regime entre os dois grandes partidos para fazer baixar os preços das casas".

Algarve "está bastante mais caro do que é habitual"

O antigo ministro, que se encontra de férias no Algarve, teceu ainda algumas considerações sobre a realidade turística da região neste verão. Citou, neste caso, dados recentes da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), que dão conta de uma "quebra na ordem dos 7%" no número de turistas portugueses, em comparação com o período homólogo.

Na perspetiva de Marques Mendes, tal "não tem a ver com as qualidades do Algarve" - que "continua a ter ótimas praias, pessoas e temperatura". Apontou, por isso, "duas razões" para que menos portugueses optem por esse destino durante este verão.

Por um lado, a "crise social em Portugal" - que "é forte há vários meses, por causa da inflação e da subida dos juros da habitação". Ou seja, atualmente as "pessoas têm menos dinheiro no bolso e, assim, é natural que, ou façam férias em casa, ou mais curtas, ou em lugares mais baratos". Começam, por isso, a olhar para alternativas mais 'em conta', como tem sido o caso do "sul de Espanha", destacou.

Porém, existe "outra razão" para isso "que, talvez, já requeira uma maior atenção por parte dos operadores turísticos e empresários do Algarve". E elaborou: "O Algarve está muito caro, está bastante mais caro do que é habitual, quer na restauração, na hotelaria, em geral. Isso também afasta bastantes pessoas".

Apesar disso, o comentador apontou que o "Algarve continua a ser relativamente competitivo para os estrangeiros", até porque eles "têm um poder de compra muito maior" do que os portugueses.

Leia Também: Remodelação no Governo "vai acontecer, só não se sabe é quando"

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