"É uma campanha pobre, modesta e é isso que nós queremos no parlamento regional, também um deputado que saiba ter ao seu lado aqueles mais pobres, os mais modestos, os que têm mais dificuldades, aqueles que se queixam e ninguém os ouve", afirmou Roberto Vieira à agência Lusa.
O candidato falava após ter agrafado e prendido com fita-cola - "para o vento não levar" - o cartaz nos placards colocados no centro da freguesia de Santo António, no concelho do Funchal que apenas tem o nome do partido e o apelo ao voto no RIR.
O candidato reforçou que é "essa a voz que o RIR quer dar aos madeirenses e à Madeira no parlamento regional".
O RIR apenas conseguiu mandar fazer 250 cartazes para distribuir por toda a ilha, indicou, explicando que só hoje foi possível começar a exibi-los, quando a região já está colorida com muitos cartazes das outras forças políticas concorrentes, mesmo antes de ter começado oficialmente a campanha eleitoral, em 10 de setembro.
Sorrindo, enquanto subia o escadote para colocar o cartaz, Roberto Vieira, apoiado apenas pela mandatária - que retirava da mala a fita-cola e uma tesoura - e outros dois candidatos, desabafou: "É triste ser pobre!".
Mas a mandatária ajudando, apressou-se a complementar: "O cartaz é simples, mas é rústico e pode tocar o coração de alguém pela simplicidade", na altura em que algumas pessoas que passavam observavam o que estava a ser feito.
Roberto Vieira informou que dois voluntários, "pessoas que não são militantes nem candidatas", também se ofereceram para colocar hoje os cartazes em concelhos na costa norte da ilha, e mostrando uma foto que lhe fora enviada por telemóvel realçou: "Já estamos no Porto Moniz e em São Vicente".
"Somos um partido sem dinheiro", salientou o cabeça de lista, mencionando que foi possível reunir 150 euros entre os primeiros quatro candidatos da lista para investir em algum material de campanha.
"Não vamos gastar nem mais um cêntimo", assegurou.
Roberto Vieira referiu que o RIR "teve a sorte de a empresa que fez estes cartazes, simples e pobres, mas que têm muito significado, oferecer alguns calendários (1.000) que vão servir para oferecer também às pessoas e é uma forma diferente de abordar as pessoas".
"E conseguimos 300 esferográficas para uma população de 260 mil madeirenses", acrescentou, argumentado que "serão dadas àquelas que mostrarem mais simpatia".
O RIR concorreu pela primeira vez a umas eleições regionais na Madeira em 2019, mas não conseguiu reunir votos suficientes para eleger deputados.
De acordo com dados publicados na página da Internet da Entidade das Contas e Financiamentos Políticos, dos cerca de 1,2 milhões de euros que as candidaturas concorrentes pretendem gastar com a campanha eleitoral, o RIR indicou 2.000 euros.
Às legislativas da Madeira concorrem 13 candidaturas, que vão disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único.
PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL são as forças políticas que se apresentam a votos.
Nas anteriores regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.
[Notícia atualizada às 16h31]
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