Esta iniciativa decorreu entre a zona de Santa Quitéria e os Três Paus, nas zonas altas do Funchal, "tem uma força e um significado simbólico, o que é dizer que esta marcha pelos direitos não pode parar", disse o cabeça de lista da CDU, Edgar Silva, à agência Lusa.
O candidato sublinhou que esta marcha "precisa de ganhar mais força no dia das eleições, porque é uma marcha pelos direitos, onde falta quase tudo", referindo que a zona da iniciativa da campanha eleitoral, junto a um centro comercial, à semelhança de outros locais onde esteve, está "aparentemente urbanizada", mas nas imediações "não há esgotos e saneamento básico", estando "em falta o investimento público".
"E o que se conseguiu foi a palmo da luta com as populações", sublinhou o candidato comunista, reforçando que "esta marcha pelos direitos do povo das zonas altas, este movimento na defesa dos direitos de quem trabalha, precisa ser reforçada".
No entender de Edgar Silva, esta é a forma de "garantir para o futuro uma outra capacidade de reivindicação, de proposta, de conquista de direitos".
O candidato insistiu que, nem a CDU, nem os seus candidatos, apareceram apenas nestas eleições regionais na Madeira, mas têm "muitos anos de intervenção no terreno, de ação de propostas junto com a população, junto com o povo".
"São décadas, ao contrário de outros que nunca ninguém os viu, que só gora chegaram às eleições, que ninguém os conhece de parte nenhuma, que nunca nada fizeram pelos direitos do povo", salientou.
Edgar Silva contrapôs que "a CDU é feita dessa memória, tem muita história de luta pelos direitos, muita história vivida de reivindicação, de conquista de direitos", o que, defendeu, deve "pesar na consciência das pessoas" na hora de votarem.
"Na hora de votar não podem deixar de ter presente que há pessoas, a CDU e candidatos, que têm provas dadas há muitos do que é esta proximidade, esta intervenção consequente na marcha pela justiça social nesta terra", vincou o candidato comunista.
Edgar Silva recordou que "não há nenhuma das conquistas sociais em que a CDU não estivesse na lista da frente na Assembleia [Regional]", complementando ser necessário que "o povo saia destas eleições em melhores condições para enfrentar as dificuldades futuras".
"É preciso que se reúnam condições mais favoráveis para que a marcha pelos direitos possa prosseguir e se possível ser reforçada", enfatizou o candidato.
A coligação elegeu pela primeira vez um grupo parlamentar, de dois deputados, em 1996, que manteve até às eleições legislativas regionais de 2011.
Nesse ano só elegeu um deputado, mas nas eleições seguintes, em 2015, voltou a contar com dois eleitos.
Nas mais recentes regionais da Madeira, em 2019, a CDU perdeu outra vez o grupo parlamentar que havia recuperado e elegeu apenas um deputado.
Às legislativas da Madeira concorrem 13 candidaturas, que vão disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único.
PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL são as forças políticas que se apresentam a votos.
Nas anteriores regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.
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