Para Miguel Pinto Luz, que comentou esta quinta-feira a reprivatização da TAP, este é um Governo "sem rota nem visão que não serve Portugal".
"Este é um processo que não começa nem acaba hoje. É cheio de contorcionismos políticos, mas acima de tudo, cheio de populismo. É um processo que tem um rosto, e um preço", começou por dizer Miguel Pinto Luz, transmitindo assim o desagrado do PSD.
Atirando-se a António Costa, Pinto Luz, em declarações aos jornalistas na sede do partido, lembrou os 3,2 mil milhões de euros dos contribuintes e que "os portugueses são obrigados a pagar". "São o reflexo fiel da falta de competência do primeiro-ministro e do Governo socialista a gerir este dossier", acrescentou.
"O Governo de António Costa herdou uma TAP saudável, que funcionava, mas num estalar de dedos tudo isto mudou. Costa e o Governo PS escolheram reverter a privatização e tornar a TAP na sua coutada privada", prosseguiu.
"Trocou-se um privatização que nos abriu os Estados Unidos com uma rede de complementaridade de rotas para, muito provavelmente, entregar a companhia a grupos consolidados com redes de sobreposição com a rede da TAP, denotou, acrescentando haver o risco de "nos tornamos absolutamente periféricos".
O dirigente social-democrata disse por fim que a posição do Governo PS - que criticou e reverteu a privatização feita em 2015 pelo executivo PSD/CDS-PP - poderia parecer de "dogmatismo ideológico" - lembrando que António Costa comparou a importância dos aviões da TAP às caravelas dos Descobrimentos -, mas afinal "era propaganda política".
"Hoje cai totalmente a máscara ao primeiro-ministro António Costa, as caravelas já não são necessárias e a prioridade é o Governo livrar-se da TAP porque hoje a TAP já é um ativo tóxico comunicacional", acusou.
Lembrando a Comissão de Inquérito, Miguel Pinto Luz atacou ainda a gestão do PS, feita com "fins e propósitos políticos", diz, falando sobre o polémico e-mail que pedia uma alteração a um voo de Marcelo. Também a "novela" Alexandra Reis foi recordada, a par da polémica da CEO, situações que o PSD apelida de 'vergonhosas'.
As "trapalhadas" com o novo Aeroporto de Lisboa também foram mencionadas, com o vice-presidente do PSD a lembrar as declarações de Galamba a opor-se à solução de Santarém - "ao mesmo tempo que outro membro do Governo tinha posição oposta".
O Governo anunciou hoje a intenção de alienar pelo menos 51% do capital da TAP, reservando até 5% aos trabalhadores, e quer aprovar em Conselho de Ministros até ao final do ano, ou "o mais tardar" no início de 2024, o caderno de encargos da privatização da TAP.
[Notícia atualizada às 17h28]
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