"É preciso atacar de vez uma questão central, uma grande emergência, que são os baixos salários. Esta gente trabalha, trabalha, trabalha -- às vezes em dois, três empregos -- e a consequência é que é cada vez mais pobre", criticou, defendendo "uma alteração de caminho e de rumo".
Em declarações aos jornalistas, o secretário-geral do PCP afirmou que "a força e a diversidade de gente" hoje presente na manifestação "é um bom sinal para o caminho que é preciso abrir".
Paulo Raimundo defendeu que a proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2024, que será votada a 31 de outubro na generalidade no parlamento, "não responde a nenhum dos problemas concretos" na base da convocatória da manifestação de hoje.
"Nós vamos dar combate a esse Orçamento, vamos denunciar, e avançar com propostas, quer na habitação, quer no custo de vida", prometeu.
Questionado se há falta de vontade política para resolver esses "problemas concretos", o líder comunista respondeu afirmativamente.
"Se não fosse a falta de vontade política, não há nada que justifique que, enquanto milhares de pessoas são empurradas para o empobrecimento, os grupos económicos concentrem a cada hora que passa um milhão e meio nos seus bolsos", criticou.
Paulo Raimundo saudou os manifestantes de hoje, que lutam pelo "direito a uma vida melhor, a uma vida justa a que todos têm direito, contra a injustiça e contra a desigualdade".
"Esta gente trabalha todos os dias, põe o país a funcionar, e os salários são baixíssimos, não conseguem chegar a meio do mês", lamentou, considerando "justo e genuíno" o sentimento dos manifestantes.
A manifestação partiu do Rossio e já chegou ao destino final, São Bento, em frente à Assembleia da República.
Na convocatória, o movimento Vida Justa diz querer fazer ouvir a sua voz, "tomar a palavra e exigir que se façam políticas justas que promovam a igualdade", salientando que todos têm direito a uma vida justa e merecem um futuro melhor.
Os organizadores do protesto do movimento, que nasceu nos subúrbios e bairros pobres, apontam como principais problemas o preço da habitação, "salários que não chegam ao fim do mês", falta de transportes públicos e o preço cada vez mais elevado dos bens essenciais.
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