"Este Orçamento do Estado está muito longe de ser perfeito, mas o país tem vindo a habituar-se a contar com o PAN para deixar uma marca positiva", afirmou Inês de Sousa Real no parlamento, no encerramento do debate na generalidade sobre a proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano.
A porta-voz voltar a indicar que vai abster-se na votação na generalidade, "com a certeza de que há muito trabalho para fazer, muitos problemas para enfrentar".
Apontando que os "os portugueses contam com o PAN para trazer a debate propostas sérias, para melhoria da sua qualidade de vida", Inês de Sousa Real questionou se o Governo "vem para a mesa do debate de forma séria" ou se "vai virar a cara aos portugueses".
"O que importa não é como começa, é como acaba, e o Orçamento do Estado deve sair diferente do que entrou nesta Assembleia da República", defendeu.
A deputada única do partido Pessoas-Animais-Natureza afirmou que esperava mais do orçamento para o próximo ano, "e não um 'remake' de série 'sei o que fizeste no orçamento passado'".
Inês de Sousa Real apontou também que o Governo apresentou "mais contas certas com Bruxelas e a banca" do que com as famílias e as empresas.
No encerramento do debate, a porta-voz do PAN voltou a elencar as medidas que quer ver inscritas no orçamento para o próximo ano, e pelas quais "se vai bater na especialidade", sustentando que "são muitas as dificuldades" que o país enfrenta.
A deputada vai propor que as pessoas em situação de sem-abrigo "voltem a ter respostas de habitação com programas como o 'housing first'", mais respostas para as vítimas de violência doméstica, alargar a gratuitidade do passe para os transportes públicos para todos os jovens até aos 25 anos ou a redução do IVA da alimentação para os animais de companhia "de uma vez por todas".
"É preciso aumentar a aposta na reforma da floresta e aumentar o valor para o combate à seca estrutural que já afeta o país", defendeu também, considerando que a verba prevista é "manifestamente insuficiente".
A discussão do Orçamento do Estado na generalidade decorreu na Assembleia da República entre segunda-feira e hoje, com a presença do Governo.
A proposta será votada hoje no final do debate, e tem aprovação garantida da maioria absoluta do PS. PAN e Livre vão abster-se e os restantes partidos votar contra.
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