Nuno Melo, presidente do CDS-PP, considerou esta segunda-feira, dia 6, que "decorridos 8 anos de governo socialista, o SNS atingiu o pior momento desde a sua criação em 1979" e que, perante a falha do Governo, Marcelo deve intervir.
Num comunicado a que o Notícias ao Minuto teve acesso, Nuno Melo afirmou que "o sistema atingiu o ponto de rutura em muitos hospitais, particularmente em algumas especialidades e urgências, com os profissionais desmotivados e prejuízos graves para os doentes".
Colocando o ónus no Executivo, asseverou que a "incompetência do ministério da Saúde e do Governo", impede as reformas de que o SNS precisa e "não dá respostas aos graves problemas que os profissionais de saúde enfrentam", colocando nessa medida em risco a saúde e a vida dos doentes.
"O acesso das pessoas ao SNS é cada vez mais difícil e desigual. Agravando o cenário, 1 milhão e 600 mil portugueses não têm médico de família, muitos mais do que em 2016, quando o primeiro-ministro prometeu e garantiu que todos os teriam um ano depois, em 2017", pode ler-se.
A repetição de filas matinais em Centros de Saúde é simplesmente desumana
Frisando que "agravam-se as listas de espera para consultas e cirurgias de que depende o tratamento eficaz a doentes", mesmo em especialidades críticas como oncologia, lembrou ainda que respostas de cuidados continuados e paliativos permanece "deficitária", com "prejuízo da gestão global das redes de camas para doentes crónicos e agudos".
Comentando depois o fecho de urgências em dezenas de hospitais, diz que este está "descontrolado", com particular gravidade nas especialidades de Obstetrícia, Pediatria, Cirurgia e Ortopedia.
"A repetição de filas matinais em Centros de Saúde é simplesmente desumana", atirou o presidente do CDS, sustentando que o sistema só resiste "graças ao esforço de profissionais de Saúde em número insuficiente, mal remunerados e exaustos, com reflexos na qualidade dos cuidados clínicos".
Para o CDS-PP, o "braço de ferro" que o Governo mantém "há mais de um ano e meio" com os profissionais de saúde, "por culpa óbvia da tutela, é uma das principais razões para o agravamento do caos na Saúde em Portugal".
O partido apela, por isso, ao Governo, para que ouça os profissionais de Saúde e que faça uma reforma do SNS assente num novo modelo de gestão, na melhoria das condições globais de trabalho, contratações, dignificação salarial, e atualização de materiais e equipamentos.
"Os profissionais de saúde e os médicos em particular não podem ser o custo de oportunidade da incapacidade de quem governa. Não é aceitável que se exijam horas extraordinárias, para além do razoável e sem exemplo em nenhuma outra profissão, a profissionais de Saúde que, além de desmotivados, ficarão impedidos, por exaustão, de assegurar qualidade e segurança aos utentes, na prestação de serviços médicos", pode também ler-se na missiva que reitera que a retirada do descanso compensatório depois de uma noite de trabalho e a obrigatoriedade de 250 horas extras anuais é "inaceitável".
Por fim, e "na ausência de medidas capazes do Governo", o CDS-PP apela a uma "intervenção decisiva" do Presidente da República que as force, "sob pena de consequências maiores no plano político".
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