PNS está na 'corrida' para a liderança do PS. Carneiro ainda a ponderar
O antigo governante tem recolhido apoios de vários dirigentes do partido, estando a ser preparado um documento de apoio à candidatura que contará com dezenas de assinaturas de atuais e antigos dirigentes do PS.
© Global Imagens/Leonardo Negrão
Política PS
O ex-ministro da Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, está na 'corrida' para ocupar o cargo de secretário-geral do Partido Socialista (PS), no rescaldo da demissão do primeiro-ministro, António Costa, avançou esta quinta-feira a RTP.
Sublinhe-se que, em outubro, o antigo governante tinha assegurado que não concorreria ao cargo de António Costa nas eleições diretas do PS.
Mas, esta quinta-feira, a televisão estatal avançou que Pedro Nuno Santos apresentará, afinal, a sua candidatura a secretário-geral do PS, independentemente do calendário que venha a ser definido pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, depois da reunião do Conselho de Estado desta quinta-feira.
De acordo com o mesmo meio, PNS tem recolhido apoios de vários dirigentes do partido, estando a ser preparado um documento de apoio à candidatura que contará com dezenas de assinaturas de atuais e antigos dirigentes do PS. O documento será divulgado nos próximos dias, após a reunião da Comissão Política marcada para esta noite.
Significa isto que o atual deputado e comentador político poderá defrontar o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, que estará a ponderar avançar para a liderança do partido.
"Tenho ponderado, mas ainda não tomei qualquer decisão. Tenho recebido manifestações de apoio de militantes, simpatizantes e de muitos cidadãos independentes. Apenas tenho mantido uma avaliação serena", disse o governante, um dos principais membros da chamada ala moderada do PS, em declarações à Lusa, esta tarde.
E continuou: "A estabilidade do país, perante um quadro internacional extraordinariamente exigente, deve ser a prioridade de todos. [...] Com tranquilidade e ao nível dos seus órgãos, [o PS] tomará democraticamente as suas decisões. Após essas decisões dos órgãos próprios, avaliarei e decidirei. Decidirei com base na minha consciência e no interesse do meu país."
Face aos acontecimentos de terça-feira, na qual o primeiro-ministro, António Costa, apresentou a sua demissão, que foi aceite, depois de o Ministério Público ter revelado que é alvo de uma investigação autónoma do Supremo Tribunal de Justiça sobre projetos de lítio e hidrogénio, Marcelo vê-se a par com duas opções: nomear outro primeiro-ministro ou dissolver a Assembleia da República e convocar novas eleições.
Na manhã de terça-feira, as buscas da Polícia de Segurança Pública (PSP) e do Ministério Público culminaram com a detenção de cinco pessoas, incluindo o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária. Já o ministro das Infraestruturas, João Galamba, foi constituído arguido.
Por seu turno, António Costa recusou a prática "de qualquer ato ilícito ou censurável" e manifestou total disponibilidade para colaborar com a justiça "em tudo o que entenda necessário", numa declaração a partir do Palácio de São Bento.
[Notícia atualizada às 16h30]
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