PNS vai negociar com sindicatos dos professores com base nos n.º da UTAO
O candidato à liderança do PS Pedro Nuno Santos afirma que negociará com sindicatos o faseamento da recuperação do tempo de serviço dos professores com base nos números a apurar pela Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO).
© Lusa
Política Pedro Nuno Santos
Esta posição foi hoje transmitida pelo candidato ao cargo de secretário-geral dos socialistas no final de uma reunião que teve com o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), Armindo Monteiro, em Lisboa.
Interrogado sobre quanto custa a sua promessa de descongelar a totalidade do tempo de serviço de todos os funcionários da administração pública, o ex-ministro defendeu que o peso maior "é o das carreiras dos professores".
"No que diz respeito às carreiras que dependem de pontuação, esse trabalho já foi feito, tendo sido recuperado o tempo de serviço que estava congelado. Verdadeiramente, onde não se avançou de forma relevante foi no caso dos professores", alegou.
De acordo com Pedro Nuno Santos, um futuro Governo do PS, nas negociações com os sindicatos, vai servir-se do trabalho de contabilização que está a ser feito pela UTAO.
"Desta forma, poderemos construir mais facilmente o faseamento para a recuperação do tempo de serviço. Precisamos que a UTAO conclua o seu trabalho, visando conhecer melhor o custo. E temos de encontrar depois com as organizações sindicais um faseamento que permita conciliar os interesses dos professores e a necessidade de garantir as contas públicas", sustentou.
Pedro Nuno Santos procurou depois demarcar-se da via seguida pelo PSD no processo de recuperação dos seis anos que estiveram congelados na carreira dos professores, dizendo que a "solução deve ser construída em negociação e concertação com os sindicatos".
"Vamos conciliar os objetivos da redução da dívida pública e os objetivos das organizações que representam os professores. Temos de encontrar um equilíbrio, mas o princípio é que temos de recuperar todo o tempo de serviço", frisou.
Já sobre as razões de só ter avançado com esta promessa para os professores em campanha interna do PS, Pedro Nuno Santos admitiu que as opções dos governos socialistas de que fez parte "foram outras".
"Mas, na minha opinião, que não surgiu agora e é anterior ao dia 07 de novembro [demissão de António Costa], devemos reconhecer integralmente o tempo de serviço dos professores. Sempre defendi isso. Quando estive no Governo, fazia parte de um coletivo, que tomava decisões e teve outras prioridades", justificou.
Já sobre a sua reunião com a CIP, que durou mais de três horas, Pedro Nuno Santos defendeu que permitiu concluir que "há sintonia de objetivos, nomeadamente em relação a objetivos globais referentes à necessidade de alteração do perfil da economia portuguesa ou do aumento dos salários", entre outras matérias.
"Há diferenças, mas partilhamos muitos caminhos, como apoio à capitalização e ao investimento das empresas, bem como à inovação. Há espaço para uma concertação estratégica que envolva a CIP", advogou o candidato ao cargo de secretário-geral do PS nas eleições internas diretas de 15 e 16 deste mês.
Também no final da reunião, o presidente da CIP, Armindo Monteiro, disse que, durante a longa reunião, houve uma sintonia de objetivos com o candidato à liderança do PS para estimular o crescimento económico e aumentar a produtividade, tendo em vista ser possível um aumento de salários a prazo.
"Temos ambos perspetivas realistas", disse.
Interrogado se teme um primeiro-ministro como Pedro Nuno Santos, conotado com a ala esquerda do PS, Armindo Monteiro respondeu: "Vivemos em democracia e faremos em abril 50 anos".
"Creio que Portugal não tem o risco de haver forças que subvertam a democracia. A nossa preocupação é que tivemos uma pandemia há pouco tempo e vimos que não estávamos preparados: Não tínhamos máscaras, nem gel, nem ventiladores, o que significa que não somos suficientemente prósperos", apontou.
Leia Também: PNS quer eliminação de representante da República nas regiões autónomas
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com