"Perto da interpretação autêntica" de Costa, PNS conta com apoio de César
O presidente do PS justificou que o anúncio se prende com "um dever de opção e de clareza de todos os militantes" do partido.
© Facebook/ Carlos César
Política PNS
O presidente do Partido Socialista (PS), Carlos César, formalizou, esta quinta-feira, o seu apoio a Pedro Nuno Santos no que toca à corrida à liderança do partido, por considerar que o antigo ministro das Infraestruturas e da Habitação é quem está mais próximo da interpretação autêntica do percurso político do líder cessante, António Costa.
"Torno, agora, público o meu apoio a Pedro Nuno Santos. Não o fiz antes, por entender que as minhas funções de presidente do partido poderiam conflituar se chamado a intervir em algum procedimento preparatório desta eleição interna. Faço-o, agora, por ser um dever de opção e de clareza de todos os militantes do PS", começou por esclarecer, num comunicado divulgado na rede social Facebook.
Recordando que tem militância no PS há 49 anos, Carlos César apontou que, mais recentemente, esteve, "entre poucos outros, na origem da primeira candidatura de António Costa à liderança do PS, na negociação que o levou a primeiro-ministro e, solidariamente, no seu trajeto até aos dias de hoje".
"Nesse processo, aliás, Pedro Nuno Santos foi uma presença ativa e influente constante, e como tal, entre os agora três candidatos, pode dizer-se que é o que esteve e está mais perto da interpretação autêntica desse percurso liderado por António Costa", sustentou.
O presidente dos socialistas disse ainda ver em Pedro Nuno Santos "um líder distintivo e não um apêndice", que, na sua ótica, "pelo que mostrou e não pelo que escondeu, esteve sempre exposto à crítica e ao elogio e será escolhido pelo que é e não pelo que o querem aparentar ser".
"Com ele, poderemos prosseguir o melhor do trabalho realizado pelos governos de António Costa, mas, saudavelmente, mudando no que há a mudar e inovando no que há a inovar", defendeu.
O responsável indicou ainda que o ex-ministro das Infraestruturas e da Habitação "fala o mínimo dos seus concorrentes internos e o máximo do país e dos seus adversários externos".
"Tenho pena, todavia, que José Luís Carneiro esteja a ser sitiado pela euforia apologética da maioria do comentariado e dos dirigentes da Direita portuguesa. Não creio que o quisesse, tanto mais que nenhum desses novos lisonjeadores o quererá, depois, como primeiro-ministro", escreveu.
Ainda de acordo com o antigo presidente do Governo Regional dos Açores entre 1996 e 2012, Pedro Nuno Santos combina "as competências e a maturidade que a sua militância cívica e os seus cargos de Governo lhe proporcionaram com a sua capacidade de liderança e mobilização do PS".
"Precisamos, todos o sabemos, de mais determinação, decisão e capacidade realizadora no país, para não perdermos o tempo que nos é proporcionado. Precisamos, igualmente, de um partido que não se esconda do lugar na esquerda que é seu, afirmando-se como partido dialogante, mas liderante", salientou, numa alusão crítica ao posicionamento estratégico da candidatura do atual ministro da Administração Interna.
Neste ponto, Carlos César foi ainda mais longe, elencando que "o PS não se confronta com o atual PSD por ser parecido com ele, mas, pelo contrário, por um e por outro abrirem as portas a caminhos diferentes que não são sobreponíveis no tempo e no país em que hoje vivemos e na dimensão democrática que hoje importa recriar e assegurar".
"O PSD que temos é dos piores e mais cínicos PSD que já tivemos. O PS não pode, por isso, se dissolver no centro ou contemporizar com a Direita, nem se confundir à sua Esquerda falhando a história dos seus compromissos ideológicos, éticos e internacionais, compromissos que, apesar de tudo, foram sempre salvaguardados na experiência de Governo que fizemos na legislatura iniciada em 2015. Pedro Nuno é, nestas dimensões, quem oferece melhores garantias", reiterou.
E rematou: "É nessas condições que damos futuro ao partido e que damos futuro ao país inteiro. É nesses considerandos que escolho Pedro Nuno Santos, para liderar o partido, para vencer e liderar o governo de Portugal."
Sublinhe-se o atual ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, o ex-ministro das Infraestruturas Pedro Nuno Santos, e Daniel Adrião, dirigente da linha minoritária de oposição ao atual secretário-geral, António Costa, são os três candidatos 'na corrida' às eleições diretas socialistas de 15 e 16 de dezembro.
[Notícia atualizada às 17h26]
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