O atual ministro da Administração Interna e candidato a secretário-geral do Partido Socialista (PS), José Luís Carneiro, assumiu que, caso vença as eleições internas do partido, convidará o antigo ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, para integrar as suas listas "na defesa e na afirmação da unidade do PS".
Sublinhe-se que cerca de 60 mil militantes socialistas escolhem esta sexta-feira e no sábado o sucessor de António Costa no cargo de secretário-geral do PS, numas eleições disputadas por José Luís Carneiro, Pedro Nuno Santos e Daniel Adrião.
"A partir do dia 17, os 60 mil militantes ativos estarão todos unidos na defesa e na afirmação da unidade do PS na sua pluralidade", começou por dizer o socialista, em entrevista à CNN Portugal. O responsável complementou que, caso saia vitorioso, contactará Pedro Nuno Santos para integrar o seu projeto.
"Com certeza que tomarei a iniciativa de o contactar logo após o encerramento dos resultados para com ele contar, naturalmente no serviço ao PS", garantiu.
Carneiro assumiu ainda que contará, também, com a "disponibilidade" do primeiro-ministro em gestão, António Costa, "quer para funções nacionais, quer para funções internacionais", uma vez que "tem experiência e um prestigio internacional que o colocam bem posicionado, se essa for a sua vontade".
No que diz respeito às eleições legislativas do dia 10 de março, o candidato apontou que, de acordo com as sondagens, a sua proposta política tem o "perfil" para vencer a Direita.
"Lembro que a duas últimas grandes sondagens que saíram […] dizem algo de muito claro. O perfil da nossa candidatura e da proposta política que estamos a defender para o país colocava-me com 42% das intenções de voto e o doutor Luís Montenegro com 37%. O mesmo ocorreu com a segunda sondagem, que me dá um avanço superior em 5%. Aliás, essa é a decisão crucial que os militantes vão fazer. Vão ter de escolher o perfil e o projeto que tem condições para derrotar a direita e, à luz desses estudos, quem tem esse perfil é a nossa candidatura", defendeu.
O responsável recusou, ainda assim, tecer considerações quanto à possibilidade de uma maioria de Direita, apontando que "tudo isso são campos especulativos".
"Compete-me ter a confiança dos portugueses. […] No fim, avaliaremos o peso que cada partido tem no quadro parlamentar, […] para tomarmos as melhores decisões, que defendam os interesses do país", disse.
Sublinhe-se que as eleições diretas para a sucessão de António Costa no PS estão marcadas para 15 e 16 de dezembro, em simultâneo com a eleição de delegados, ao passo que o congresso deverá acontecer nos dias 6 e 7 de janeiro.
António Costa apresentou a sua demissão ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a 7 de novembro, devido a uma investigação judicial sobre a instalação de um centro de dados em Sines e negócios de lítio e hidrogénio, que levou o Ministério Público a instaurar um inquérito autónomo no Supremo Tribunal de Justiça que o visa.
O chefe de Estado aceitou de imediato a demissão do primeiro-ministro e formalizou a demissão do Governo na passada quinta-feira, dia 7 de dezembro, com efeitos a partir de dia 8. Por seu turno, apontou a dissolução do Parlamento para 15 de janeiro, no contexto das eleições legislativas antecipadas, marcadas para 10 de março.
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