O líder do Partido Social Democrata (PSD), Luís Montenegro, lançou duras críticas ao novo secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, que acusou de pretender surgir de “cara lavada”, após fazer parte de um Executivo que, durante oito anos, tentou “vender” ilusões aos portugueses.
Assumindo desejar que “o PS possa preparar-se para vir para a campanha eleitoral discutir o futuro de Portugal”, ao invés de permanecer “amarrado ao que foi uma trajetória que só trouxe empobrecimento ao país e que, manifestamente, os portugueses não desejam ver renovada”, o social-democrata assegurou estar “preparadíssimo” para o frente a frente com o recém-eleito líder dos socialistas que, durante o seu longo discurso de vitória, atirou várias farpas ao PSD, ao mesmo tempo que prometeu combater a Direita.
“Estou preparadíssimo. Agora, não deixo de notar que esse discurso é um discurso que não diz nada às pessoas. Andar aqui com o papão da Direita para trás ou o papão de que vem aí alguém que deseja fazer mal às pessoas é uma narrativa política inconsequente para a vida das pessoas. Não dá mais casas aos jovens, não baixa impostos às empresas e às pessoas que trabalham, não dá melhores cuidados de saúde, não põe professores nas escolas”, disse Montenegro, em declarações à imprensa.
O responsável foi mais longe, tendo acusado o antigo ministro da Habitação e das Infraestruturas de querer “aparecer aos olhos dos portugueses de cara lavada”, depois de oito anos de “ilusão”.
“Todos aqueles que andaram estes oito anos a vender-nos a ilusão de que tudo isso ia acontecer e não aconteceu, muitos deles com responsabilidades acrescidas em setores fundamentais, como a habitação e as infraestruturas, querem aparecer aos olhos dos portugueses de cara lavada, prometendo fazer exatamente o contrário daquilo que há um mês e meio diziam aos portugueses”, argumentou.
E complementou: “Aquilo que desejo mesmo é que o debate seja profundo e que os portugueses tenham razões para perceber quem é que está mais preparado e quem é que vende ilusões, quem é que tem a política das ideias e das pessoas e quem tem a política da maquilhagem política, do plástico, daquilo que é muito efémero, bem trabalhado para a câmara de televisão, arranjadinho, mas muito inconsequente para as pessoas.”
Recorde-se que Pedro Nuno Santos foi o grande vencedor da noite eleitoral do PS, tendo arrecadado 62% dos votos. Ainda assim, o novo secretário-geral do partido assumiu contar com os seus camaradas e "circunstancialmente" adversários José Luís Carneiro e Daniel Adrião "para a unidade" do coletivo, que é "inteiro".
António Costa apresentou a sua demissão ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a 7 de novembro, devido a uma investigação judicial sobre a instalação de um centro de dados em Sines e negócios de lítio e hidrogénio, que levou o Ministério Público a instaurar um inquérito autónomo no Supremo Tribunal de Justiça que o visa.
O chefe de Estado aceitou de imediato a demissão do primeiro-ministro e formalizou a demissão do Governo na passada quinta-feira, dia 7 de dezembro, com efeitos a partir de dia 8. Por seu turno, apontou a dissolução do Parlamento para 15 de janeiro, no contexto das eleições legislativas antecipadas, marcadas para 10 de março.
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