No rescaldo de 2023, a política nacional ficou marcada pela demissão do primeiro-ministro, António Costa, na sequência de um inquérito relacionado com os negócios do lítio e hidrogénio verde, e consequente dissolução da Assembleia da República pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
A designada 'Operação Influencer', recorde-se, levou também à demissão de João Galamba, então ministro das Infraestruturas, que chegou ao Executivo de Costa em janeiro, numa altura em que a indemnização a Alexandra Reis e a TAP marcavam a atualidade política. No entanto, nessa altura, o país estaria longe de imaginar os episódios que se seguiriam.
Mas as polémicas em torno da TAP voltariam a ser tema e viriam a adensar-se nos meses seguintes, sobretudo com a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à tutela política de gestão da companhia aérea. Outro episódio que marcou a atualidade aconteceu quando João Galamba foi acusado de pretender omitir informações na CPI e após incidentes no Ministério das Infraestruturas envolvendo o ex-adjunto Frederico Pinheiro. António Costa contrariou a posição de Marcelo Rebelo de Sousa, negando a demissão de Galamba, e muita tinta correu sobre qual seria o futuro do Governo, envolvido em inúmeros "casos e casinhos".
Também este ano, os madeirenses foram chamados às urnas nas eleições legislativas regionais. A coligação PSD/CDS-PP venceu as eleições, mas não obteve maioria absoluta. Houve ainda uma estreia para o Chega, que conseguiu entrar no Parlamento regional, com a eleição de quatro deputados.
O regresso dos debates quinzenais à Assembleia da República também marcou 2023. Em outubro, o primeiro-ministro respondeu às perguntas dos deputados, que incidiram sobretudo em temas como a saúde, a TAP e o polémico aumento do IUC.
Já com a dissolução à vista, no Parlamento, em novembro, foi aprovado, em votação final global, o último Orçamento do Estado do Governo de Costa, numa altura em que o Presidente da República já tinha anunciado eleições legislativas antecipadas para 10 de março de 2024.
Passar por 2023 no universo político significa relembrar ainda que Pedro Nuno Santos foi eleito secretário-geral do PS, com 24.080 votos, correspondentes a 62%, nas eleições diretas, sucedendo a António Costa.
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