"É em nome dessas medidas que é preciso assumir compromissos e, no dia a seguir às eleições, o que interessa é: que maiorias? que medidas?", frisou hoje a dirigente do BE, numa visita ao Barco, no concelho da Covilhã, à margem de uma conversa com população da localidade que contesta a exploração mineira na serra da Argemela.
Mariana Mortágua afirmou ser imperativo "romper com a política que a maioria absoluta teve" e lembrou que dia 20 é apresentado o programa eleitoral do BE, com "medidas para virar a página", para "fazer o que nunca foi feito na saúde, na educação, na habitação, nos salários, nos compromissos com as populações".
"É em nome dessas medidas concretas que é preciso construir maiorias na Assembleia da República e é para isso que servem as eleições", acentuou Mariana Mortágua.
A coordenadora do BE, que na sexta-feira admitiu, após as legislativas de março, "negociar um acordo de maioria para um programa de Governo" de esquerda, reiterou que é importante os partidos dizerem com clareza, antes das eleições, que maiorias defendem, quais as suas prioridades e "quais são os principais pontos de aproximação e de entendimento".
"Ninguém quer uma maioria absoluta em Portugal, até porque ela agravou os problemas para a vida de muita gente e, sabendo disso, o que conta, a seguir às eleições, é que maioria. As eleições definem deputados, os deputados definem maiorias e maiorias definem políticas", disse hoje Mariana Mortágua.
Para a dirigente bloquista, "não se resolvem os problemas de sempre com as soluções de sempre" e por isso é preciso "fazer diferente".
Embora tenha criticado o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, por no discurso de encerramento do congresso do partido não "romper com as políticas" da maioria absoluta, Mariana Mortágua enfatizou que mais importante do que falar do passado é "preciso mudar o futuro".
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