No final de uma reunião com a Fenprof na sede do BE, em Lisboa, Mariana Mortágua foi questionada pelos jornalistas sobre a realização de buscas nas regiões autónomas e no continente e envolvem titulares de cargos políticos do Governo da Madeira e Câmara do Funchal por suspeita de favorecimento indevido de sociedades/grupos, de acordo com o Ministério Público.
"Miguel Albuquerque, sendo responsável político deste regime de favorecimento a negociatas privadas, não tem condições para se manter à frente do Governo Regional", defendeu.
A líder bloquista disse que "a justiça fará o seu caminho e as investigações que tem de fazer", mas considerou ser do conhecimento público "o que se passa na Região Autónoma da Madeira".
"Existe na Madeira há muito tempo um regime liderado pela direita em conluio com interesses privados que protege, que favorece empresas específicas que ganham os negócios da Madeira, que vivem à conta do empobrecimento da Madeira, que vivem à conta do Estado. Esses negócios têm sido denunciados pelo Bloco de Esquerda, um por um", afirmou.
Segundo Mortágua, "as negociatas imobiliárias feitas por grupos privados e protegidas pelo Governo da Madeira em regime de maioria absoluta, agora com o apoio do PAN, liderado pelo PSD não é uma novidade e tem sido alvo da denúncia" dos bloquistas.
"A somar-se à denúncia destas negociatas, deste regime de favorecimento, de cumplicidade, de apoio, de favores entre o regime da Madeira liderado pelo PSD e as empresas privadas há uma outra novidade que não é novidade nenhuma. O Governo do PSD condiciona a comunicação social na região autónoma da Madeira e só não sabe quem não fez campanha na Madeira, quem não faz política todos os dias na região autónoma da Madeira", acusou.
O presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque (PSD), afirmou esta tarde que não se demite mesmo que seja constituído arguido, num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção, e garantiu colaborar "de forma ativa com a justiça".
Minutos depois, o presidente do PSD, Luís Montenegro, rejeitou comparar as investigações que atingem o presidente do Governo da Madeira e o primeiro-ministro, António Costa, defendendo que "as diferenças são mais do que muitas".
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