António Lima, também cabeça de lista pelos círculos de São Miguel e da compensação às regionais de 04 de fevereiro, esteve hoje no porto de pescas de Rabo de Peixe, a maior comunidade piscatória dos Açores, onde se reuniu com a Associação de Pescas da vila.
"Hoje não há condições para ir para o mar" devido às condições meteorológicas na ilha de São Miguel, assinalou o candidato, para dar nota do quanto é "muito dura" a vida do mar.
António Lima sublinhou que os pescadores nos Açores "sabem bem" o quanto é difícil trabalhar com condições meteorológicas adversas e "muitas vezes não trazendo para terra o suficiente para o sustento".
E "há quem viva com muitas dificuldades", lamentou o dirigente regional do BE, criticando a ação governativa do PS e da coligação de direita (PSD/CDS-PP/PPM) em relação ao setor das pescas.
"São precisos contratos de trabalho. É preciso que haja um salário na pesca e não apenas a distribuição daquilo que é o rendimento do dia", defendeu o candidato, preconizando ainda a modernização das frotas de pesca, para assegurar melhores condições de trabalho aos profissionais.
Afirmando que "nenhum governo teve a coragem de intervir e mudar", António Lima disse que "algumas medidas começaram a ser trabalhadas, mas ficou tudo na gaveta ao nível dos contratos de trabalho, ao nível da distribuição do rendimento", defendendo que "isso tem que avançar".
Referindo-se à gestão de recursos na pesca, frisou que, nos últimos anos, foi "uma gestão completamente amadora e incompetente".
"Muitas vezes foi para agradar às clientelas partidárias dos partidos da coligação e não em função dos interesses do setor das pescas e da sustentabilidade dos recursos", denunciou, defendendo "uma gestão de base científica em articulação com o setor".
O Governo de José Manuel Bolieiro (PSD) "foi incapaz de avançar sem fazer a devida articulação com os pescadores", no âmbito do projeto de implementação de áreas marinhas protegidas, acrescentou.
A poucos dias do ato eleitoral, o coordenador do BE/Açores destacou o programa eleitoral do Bloco, dizendo que o documento tem como prioridade as "questões sociais, económicas, as questões da educação e da saúde".
"São tudo questões prioritárias e é com este programa que vamos a eleições, esperando que os açorianos nos deem a força para termos capacidade de intervenção a partir de dia 04. E isso só será possível com mais votos e mais força a partir de domingo", reforçou.
Reafirmando que o BE "nunca fechou o diálogo ao PS", António Lima referiu que "o Partido Socialista é que nunca quis dialogar" com o Bloco e "preferiu sempre fazê-lo à direita".
"E nós estamos disponíveis para tudo o que for melhorar a vida das pessoas e, no caso das pescas, melhorar o rendimento, garantir sustentabilidade ao setor", insistiu.
Onze candidaturas concorrem às legislativas regionais: PSD/CDS-PP/PPM, ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.
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