"Mais atual exigência" é "o aumento geral e significativo dos salários"

Paulo Raimundo discursou num comício da CDU no Porto, afirmando que "os trabalhadores já criaram os meios e os recursos mais que suficientes para poderem ter aumentos de 15%, com um mínimo de 150 euros para cada trabalhador".

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José Miguel Pires com Lusa
25/02/2024 17:58 ‧ 25/02/2024 por José Miguel Pires com Lusa

Política

Eleiçóes Legislativas

O secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP) reiterou, este domingo, que a "mais atual exigência" da atualidade é "o aumento geral e significativo dos salários".

"A riqueza está criada, os trabalhadores já criaram os meios e os recursos mais que suficientes para poderem ter aumentos de 15%, com um mínimo de 150 euros para cada trabalhador", disse o candidato principal da coligação PCP-PEV (CDU), num comício da mesma, no Porto, em declarações à RTP.

"Não nos arrastam para a falsa questão se é, ou não, possível. Não só é possível como é urgente e fundamental para cada um dos cinco milhões de trabalhadores e é fundamental para o próprio desenvolvimento económico e social do país", continuou.

Raimundo afirmou que "é preciso garantir que uma parte maior da riqueza que é criada, e só criada por quem trabalha, vá para o seu salário e não para os lucros, os dividendos e para as rendas que se vão acumulando à custa de quem trabalha".

Desde o Teatro Rivoli, no Porto, o líder comunista fez questão de defender que, na CDU, "a luta dos trabalhadores não é coisa do passado".

Do passado é, sim, "a discriminação salarial crescente entre homens e mulheres", algo que "é preciso resolver de uma vez por todas".

Num discurso antecedido pelas intervenções de cerca de uma dezena de candidatos da CDU pelo distrito do Porto, entre os quais o cabeça de lista, Alfredo Maia, e de um concerto do músico Jorge Lomba, que aqueceu o ambiente do comício, Paulo Raimundo reiterou ainda que "não é normal que um punhado de privilegiados ponha ao bolso 25 milhões de euros de lucro todos os dias".

"Na CDU somos claros: a venda do país ao capital estrangeiro é um crime político e económico contra o nosso desenvolvimento, que beneficia um pequeno punhado e prejudica uma imensa maioria dos que cá vivem e trabalham", observou, acrescentando que "é possível viver melhor" em Portugal.

Os aplausos e os cânticos de apoio à CDU ofereciam pausas ao secretário-geral do PCP para beber mais um pouco de água e reforçar as propostas para subir os ordenados, lembrando que "hoje em dia ninguém se atreve dizer que os salários são altos", além de um aumento nas pensões e reformas em 7,5%.

Falando na necessidade de reforço do investimento financeiro nos serviços públicos, nomeadamente no Serviço Nacional de Saúde, na escola pública ou na habitação, Paulo Raimundo protestou também contra a promiscuidade entre o poder económico e o poder político, ao apontar essa situação como a principal raiz da corrupção.

"Acabe-se com a promiscuidade do poder económico e do poder político e vão ver que a corrupção baixa", sentenciou.

Já o cabeça de lista da CDU pelo Porto, o jornalista Alfredo Maia, que tem a incumbência de manter o deputado comunista eleito por este distrito em 2022, garantiu "confiança e determinação" do partido para as eleições e apontou críticas à mobilidade e à economia da região do Porto, defendendo a reversão da privatização da Efacec ou a recuperação da atividade da refinaria de Matosinhos.

"A CDU é, de facto, a única força que garante as respostas aos problemas concretos e que está empenhada no desenvolvimento da região", adiantou, finalizando com o apelo à mobilização do eleitorado: "É indispensável redobrar o compromisso. Jamais falharemos aos trabalhadores e ao povo".

Com vista às Eleições Legislativas de 10 de março, as diferentes cores políticas que vão a votos arrancaram neste fim de semana o período oficial de campanha, de Norte a Sul. No Porto esteve também, neste domingo, o líder do Chega, André Ventura, protagonizando uma arruada na Rua de Santa Catarina.

Perto, por sua vez, esteve o líder do Partido Socialista, Pedro Nuno Santos, que começou a campanha em Matosinhos, ao passo que Luís Montenegro, líder do Partido Social Democrata, esteve na Maia e... em Trás-os-Montes.

Rui Rocha, líder da Iniciativa Liberal, visitou uma escola em Azeitão, no distrito de Setúbal, e esteve em Évora, depois de ter estado em Aveiro, no sábado.

Já Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda, começou oficialmente a campanha em Viseu.

O primeiro dia da campanha eleitoral do PAN (Pessoas-Animais-Natureza) ocorreu, em Lisboa, no Parque das Nações, numa 'cãominhada'. O líder do Livre, Rui Tavares, também escolheu Lisboa para começar a campanha, com a inauguração de um cartaz.

[Notícia atualizada às 21h00]

Leia Também: Direita ou maioria do PS? PCP diz que pessoas têm razões para desconfiar

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