"O problema que se passa com a imigração é que as pessoas não querem falar sobre ela. A esquerda acha que falar sobre imigração significa ser xenófobo. Isso é ridículo. Qualquer país soberano deve ter um plano, uma estratégia, ter regras para a imigração", afirmou a cabeça de lista às legislativas por Lisboa.
Ossanda Liber falava aos jornalistas durante uma arruada na vila de Moscavide, concelho de Loures, inserida na campanha do partido para as legislativas antecipadas do próximo domingo.
Tendo por base algumas das questões que têm vindo a ser levantas nesta campanha sobre a imigração, a líder da Nova Direita disse não compreender como é que o tema pode ser tabu para alguns partidos, nomeadamente para a Aliança Democrática (AD).
"Claro que o PSD tem dificuldade. Como não se afirma, de repente vem o Passos Coelho e diz uma coisa dessas. É algo que o próprio líder do partido devia assumir. Que é uma preocupação nossa [da AD), até para o bem-estar dos próprios imigrantes", argumentou.
Para Ossanda Líber, deve existir um acolhimento da população imigrante, mas, paralelamente, uma análise e um acompanhamento em termos de habitação e trabalho.
"Isso são coisas que o país tem de abordar. Isso não há nada de xenófobo. Nós não temos esse problema", sublinhou.
Ossanda Líber direcionou também críticas à AD sobre a forma como um dos representantes (Paulo Núncio - CDS-PP) abordou o tema do aborto, considerando que o fez "de forma irresponsável".
"Já ninguém hoje acredita que seja possível inverter a descriminalização [da interrupção voluntária da gravidez]. Independentemente de nós sermos um partido que defende a vida, nós preferimos estar a trabalhar e sensibilizar as pessoas, para evitarem gravidezes indesejadas, do que voltar para trás", apontou.
A pouco menos de uma semana das eleições legislativas, a líder da Nova Direita fez um balanço "muito positivo" da campanha e da forma como tem crescido a "notoriedade" do partido.
"A receção é grande. Por um lado, sentimos que há pessoas que já nos conhecem, o que é bom, e há outras que nos estão a descobrir agora. Então, nesse sentido, esta campanha já está ganha", sublinhou.
Portugal vai ter eleições legislativas antecipadas em 10 de março, marcadas pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sequência da demissão do primeiro-ministro, António Costa, em 07 de novembro, alvo de uma investigação do Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça.
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