Os resultados das eleições legislativas antecipadas de domingo já estão a ser notícia 'lá fora'. Recorde-se que a Aliança Democrática (AD) venceu com uma curta margem, o Chega quadruplicou a sua bancada parlamentar e o Partido Socialista (PS) foi o principal derrotado.
Em Espanha, o El País destacou que "os portugueses viraram-se à Direita nas eleições antecipadas", acrescentando que, "no geral, o resultado manifestou uma grande incerteza sobre a governabilidade do país, uma vez que a Aliança Democrática só conseguiria a maioria absoluta com o Chega, o estrondoso vencedor da noite".
"O andamento do partido de André Ventura foi irrecorrível e ultrapassou um milhão de votos. A sua presença no Parlamento, com 99% da contagem, passou de 12 para 48 deputados. O partido conseguiu representar em todos os distritos do país exceto Bragança, no norte", lê-se ainda.
O El Mundo destacou que houve uma "reviravolta em Portugal" com "uma vitória da Aliança Democrática (AD) de centro-direita". "Sem dúvida que Portugal virou à direita nestas eleições depois de mais de oito anos sob o poder de António Costa, mas boa parte dos votos foi para o partido de extrema-direita Chega, que quadruplicou os seus assentos face aos que obteve em 2022", acrescentou.
Já em França, o Le Figaro escreveu sobre a "vantagem para a Direita portuguesa, liderada pelo Partido Social Democrata (PSD), nas eleições legislativas". "Os resultados, que abrangem mais de 98% dos votos, conferem à coligação Aliança Democrática (AD), dominada pelo PSD, 29,8% dos votos e 79 deputados, enquanto o cessante Partido Socialista (PS), e o seu candidato ex-ministro Pedro Nuno Santos, atinge picos de 28,66% e 77 deputados". "O grupo de extrema-direita Chega obteve mais do dobro dos votos das últimas eleições de 2022, e 48 deputados", lê-se ainda.
Segundo o Libération, aconteceu "um terramoto para a pequena nação ibérica". "Os conservadores que lideram a votação [AD] correm o risco de ter de se aliar à extrema-direita, que está a fazer um avanço espetacular, se quiserem formar uma coligação governamental".
Na Alemanha o Der Spiegel descreveu que os "socialistas em Portugal sofreram uma derrota amarga nas eleições antecipadas". "Os conservadores estão na liderança – mas o grande vencedor é o partido populista de direita Chega", referiu também.
Também no Brasil foi dado destaque aos resultados das eleições legislativas portuguesas. "Com 99% das urnas apuradas nas eleições legislativas em Portugal de domingo, a Aliança Democrática (AD), a coligação liderada pelo Partido Social Democrata (PSD), de centro-direita, ganhou por estreita margem do Partido Socialista (PS). A disputa ficou marcada também pela ascensão do Chega, de extrema-direita, que aumentou significativamente o número de cadeiras no Parlamento e terminou em terceiro lugar", destacou o g1.
No Reino Unido, o nosso país foi também notícia, com o The Guardian a escrever que "o líder da Aliança Democrática de centro-direita de Portugal, Luís Montenegro, reivindicou vitória depois de eleições parlamentares muito disputadas, que viram o aumento da extrema-direita". "Na madrugada de segunda-feira, Montenegro reiterou a sua promessa eleitoral de não depender do Chega para governar ou para fechar quaisquer acordos com os populistas", acrescentou.
O jornal The Times refere que o líder do Partido Socialista, Pedro Nuno Santos, concedeu a derrota ainda no domingo "apesar de uma margem muito pequena" e destaca que o Chega, de extrema-direita, quadruplicou o número de deputados.
Na 'newsletter' da manhã "Europe Express" do jornal britânico Financial Times, com foco em assuntos europeus, lê-se que "a oposição de centro-direita de Portugal ganhou as eleições parlamentares de ontem [domingo], mas não conseguiu a maioria, uma vez que o apoio ao partido de extrema-direita Chega aumentou, tornando-o num potencial fazedor de reis", tendo grande influência na formação de Governo.
Por seu lado, na 'newsletter" da agência de notícias financeira Bloomberg também focada na 'bolha' europeia, lê-se que "o rápido crescimento das forças de direita na Europa continuou ontem [domingo] em Portugal, quando o partido de extrema-direita Chega quadruplicou a sua representação no Parlamento".
"A aliança de centro-direita - AD - obteve o maior número de lugares, derrotando os socialistas, cuja quota de votos caiu, enquanto o Chega conseguiu um forte resultado de terceiro lugar, assegurando cerca de 50 lugares", acrescenta.
Na mesma linha, o jornal diário da Bélgica Le Soir salienta na sua página na internet que, em Portugal, "o parlamento vira-se para a direita, com a extrema-direita em terceiro lugar".
"A três meses das eleições europeias, estas eleições, precipitadas pela demissão do primeiro-ministro cessante António Costa, que não se recandidatou, confirmam que a extrema-direita está a ganhar terreno no Velho Continente", a Europa, escreve o Le Soir.
O também jornal belga La Libre indica que "Portugal vira-se para a direita com a ascensão dos populistas", enquanto a emissora de rádio e televisão pública belga, RTBF, fala numa "vitória apertada do centro-direita e forte impulso populista".
Recorde-se que a coligação AD, que junta PSD, CDS e PPM, conquistou 28,63% dos votos, conquistando 76 deputados. Contudo, a estes juntam-se os três deputados do PSD eleitos pelo círculo da Madeira (0,86% dos votos), o que colocou a Direita na frente. Seguiu-se o PS, que conquistou 28,66% dos votos, o que se traduz em 77 deputados.
O Chega, liderado por André Ventura, foi o partido que mais cresceu em número de votos (18,06%), tendo conseguido 48 eleitos.
Por apurar estão os quatro lugares da emigração, que o PS ganhou em 2022, com três mandatos.
[Notícia atualizada às 08h32]
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