Bloco central? "Pedro Nuno não tem condição para ser primeiro-ministro"
Catarina Martins afirmou que "não há as mínimas condições de viabilidade de um Governo do PS negociado à Esquerda que depois precisa da Direita para ser viabilizado", o que considera ser "absurdo".
© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images
Política Catarina Martins
A atual cabeça de lista pelo Bloco de Esquerda (BE) às eleições europeias, Catarina Martins, declarou, esta segunda-feira, que "Pedro Nuno não tem condição para ser primeiro-ministro" após Alexandra Leitão ter defendido que PS deve governar, caso tenha mais mandatos ou votos, o que contraria o que disse Pedro Nuno Santos no dia das eleições.
"Pedro Nuno Santos traçou uma linha que é fácil de perceber. Ou o PS está a mudar de ideias, que não me parece que seja o caso, ou não se percebe porque se está a criar ruído. A questão é: Ou o PS põe como hipótese um bloco central ou é claro que a Direita tem mais deputados do que a Esquerda - ganhou as eleições -, portanto, não há as mínimas condições de viabilidade de um Governo do PS negociado à Esquerda que depois precisa da Direita para ser viabilizado. Isso é absurdo, é uma contradição", afirmou Catarina Martins, no seu espaço de comentário no programa 'Linhas Vermelhas', na SIC Notícias.
Neste sentido, na sua opinião, "Pedro Nuno Santos não tem nenhuma condição para se propor a ser primeiro-ministro, exceto se o PS e o PSD quisessem uma solução de bloco central que, até ver, tem sido recusada dos dois lados".
A ex-líder do BE salientou, no entanto, que "não há grandes expectativas" no que diz respeito ao círculo da emigração que, de alguma forma, "dê ao PS qualquer tipo de maioria de deputados".
"Acho que esses dias têm sido confusos demais, fala-se demais de jogos táticos que eu acho que é o pior que o país precisa neste momento. Jogos taticistas que ninguém compreende, que só descredibilizam a democracia e só servem para aumentar este pântano e o único partido que vive neste pântano é o Chega", afiançou.
De recordar que a coordenadora do programa do Partido Socialista (PS) para as eleições legislativas defendeu que os socialistas devem ser chamados a governar, caso consigam superar a Aliança Democrática (AD) no final da contagem dos votos da emigração.
Alexandra Leitão assumiu a possibilidade de o PS ainda poder vir a ser indicado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para formar Governo, apesar de o secretário-geral socialista, Pedro Nuno Santos, ter reconhecido no dia 10 de março o triunfo da AD e que o seu partido deveria passar para a oposição.
"Se o PS, depois da contagem dos votos das comunidades portuguesas, tiver mais mandatos ou, em caso de empate, mais votos do que a AD, então deverá governar. Se no fim desse escrutínio tiver menos mandatos do que a AD ou, empatando, houver mais votos na AD, deve governar a AD", afirmou, reconhecendo, no entanto, que será improvável que o PS venha a ultrapassar a coligação.
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