Mariana Mortágua e Paulo Raimundo estiveram reunidos esta segunda-feira, naquela que terá sido uma conversa para estabelecer "pontes de diálogo para estes tempos que se avizinham".
Em declarações aos jornalistas, a coordenadora do Bloco de Esquerda começou por salientar que "o mais importante" deste encontro é o facto de "os dois partidos se sentarem à mesa e manterem acordo para haver pontes de diálogo".
"Sabendo que há uma extrema-direita com muito poder na AR é preciso uma Esquerda forte, capaz de falar entre si", salientou Mortágua, revelando que os dois partidos convergiram em temas como a "habitação, a Palestina e os direitos dos trabalhadores".
Questionada sobre se também convergiam no que diz respeito à moção de rejeição ao Governo do PSD que o PCP anunciou que iria apresentar, Mariana Mortágua disse que existe por parte do Bloco de Esquerda "uma rejeição da Direita e à governação da Direita", mas em relação a " documentos concretos, deixamos a nossa avaliação para a leitura desse documento".
"Mas convergimos nesta rejeição do programa eleitoral do PSD e daquilo que a Direita se prepara para fazer ao país", atirou ainda.
Nessa senda, foram questionadas as escolhas anunciadas pelo partido que irá liderar o Governo, indicando que Aguiar-Branco vai ser o candidato do PSD a presidente da Assembleia da República na XVI legislatura e Hugo Soares à liderança da bancada social-democrata.
"Não quero comentar as escolhas que o PSD fez. O Bloco terá oportunidade de o fazer e das decisões que teremos de tomar", disse Mariana Mortágua , não se alongando sobre o assunto.
Já quanto à economia portuguesa, que registou um excedente orçamental de 1,2% do produto interno bruto (PIB) em 2023, aquele que é o maior em democracia, a bloquista considerou que este é o resultado "da gestão que o PS fez das contas públicas" e que teve impacto nos "serviços públicos, nas guerras com profissionais, desde as forças de segurança, a médicos enfermeiros e professores".
Segundo a bloquista, os "excedentes cada vez maiores e até maiores do que o previsto" acontecem por a maioria socialista ter negado "resposta a setores tão importantes".
Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, e Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP, estiveram reunidos naquele que é o terceiro encontro à Esquerda promovido pelo Bloco após os resultados eleitorais de 10 de março. O PAN e o Livre foram os outros dois partidos que também já aderiram à iniciativa do Bloco de Esquerda, não havendo ainda data para o encontro com o PS.
[Notícia atualizada às 12h47]
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