Passos apresenta livro contra aborto, eutanásia e divórcio facilitado

Chama-se 'Identidade e Família' e reúne um conjunto de textos de várias personalidades da vida pública portuguesa.

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© Mário Vasa / Global Imagens

Marta Amorim
08/04/2024 14:01 ‧ 08/04/2024 por Marta Amorim

Política

Pedro Passos Coelho

O ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho apresenta esta segunda-feira, em Lisboa, o livro 'Identidade e Família', coordenado por António Bagão Félix, Victor Gil, Pedro Afonso e Paulo Otero, fundadores do Movimento Acção Ética.

A obra, que conta com 22 contributos de figuras de direita, como César das Neves, Jaime Nogueira Pinto, Ribeiro e Castro ou Manuel Monteiro, pretende alertar para a "destruição da família" tradicional e a "ideologia de género".

"De todas as sociedades humanas, a família é a única natural, universal e intemporal. Por isso, este livro lhe é dedicado. Apesar de a sociedade estar em constante mudança e de os avanços científicos obrigarem a uma permanente atualização, existe um conjunto de princípios éticos que não são negociáveis, mas sim intemporais", pode ler-se na sinopse do livro. 

Notícias ao Minuto © Reprodução Oficina do Livro  

Embora esteja à venda desde o dia 12 de março, o livro vai ser esta segunda-feira apresentado pelo ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, anunciou a editora Oficina do Livro. 

Segundo o Expresso, que avança alguns excertos, o livro "acaba por se afirmar como uma espécie de manifesto anti-progressista", com referências à escola pública, que "corre o risco de se transformar num lugar de doutrinação ideológica". 

Sobre a ideologia de género, o livro avança que "sem qualquer base científica, esta ideologia defende que o género é construído apenas pela identidade psicológica de género do indivíduo, negando ou relativizando totalmente a identidade biológica. Esta, porém, não é atribuível, antes é parte integrante do indivíduo na sua diversidade e especificidade. Estamos assim perante um movimento ideológico com impacto na família, na educação, na socialização, na comunicação".

"A ideologia de género não é promotora da liberdade ou acolhedora da diferença, mas impositora de um novo modelo de pensamento único, comprometendo o desenvolvimento humano fundado em valores, formado na liberdade e autonomia e vocacionado para a felicidade", pode ler-se. 

Um dos textos, de Pedro Afonso - um dos líderes do  Movimento Ação Ética (MAE) que pediu ao novo governo a revogação da lei da eutanásia, ou da “criminalização de terapias de conversão" -, fala do "ataque à família" como “estratégia comum às tiranias" sem descurar os "atuais influencers digitais, espalhados pelas redes sociais que, em nome de uma pretensa liberdade, fomentam a desorientação das pessoas".

Outro texto, de João César das Neves, contesta a "certeza" de que “ao longo dos séculos a mulher foi sucessivamente oprimida e desprezada": “Esta convicção é estranha por duas razões. A primeira é que as mulheres sempre foram a maioria da população, o que torna insólito que sejam dominadas pela minoria masculina. O segundo motivo é que essas senhoras, alegadamente tiranizadas, nunca se queixavam ou manifestavam o seu desagrado."

São ainda abordados outros temas como o casamento entre pessoas do mesmo sexo, a legislação "que facilita o divórcio", a adoção por casais homossexuais, a procriação medicamente assistida ou "a transformação do aborto e eutanásia em direitos".

Em entrevista à TSF, Bagão Félix afasta leituras políticas, uma semana depois da posse do novo Governo liderado por Luís Montenegro. "A análise que se quer fazer do livro não é uma análise do momento político, nem de uma perspetiva política, mas sim de uma perspetiva alargada e abrangente", reitera.

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