O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, afirmou, esta terça-feira, que, após "pouco mais de uma semana de vida deste Governo, confirmam que, dali, só é possível esperar mais exploração, mais injustiça e mais desigualdade".
"Por mais tentativas que o Governo e os seus apoiantes façam para iludir as suas opções ao serviço do seu grande capital, não resistem à realidade e isso ficou evidente mal o Governo entrou em funções, desde logo com a manobra em torno da suposta grande descida do IRS - essa autêntica fraude por parte do Governo", frisou Paulo Raimundo, após a reunião do Comité Central do partido.
O secretário-geral do PCP voltou a tecer duras críticas ao programa do Governo, considerando-o um "programa onde tudo é negócio, seja a Saúde, a Educação, os direitos dos pais e das crianças, a velhice, as reformas, a doença ou a natureza".
"Na verdade, e tal como o PCP sempre afirmou, o que está nos propósitos do Governo, em matéria fiscal, é baixar os impostos aos grandes grupos económicos. O que importa saber hoje é quanto é que está o Governo disposto a colocar nos bolsos das grandes empresas, a partir do favorecimento dos grande grupos económicos, ao mesmo tempo que faz tudo para adiar e limitar o aumento dos salários", atirou.
Para Paulo Raimundo, do Governo liderado por Luís Montenegro "só é possível esperar mais exploração, mais injustiça e mais desigualdade", que foi confirmado "após pouco mais de uma semana de vida".
Recorde-se que o ministro das Finanças, Miranda Sarmento, defendeu, na sexta-feira, que a redução de IRS prometida pelo Governo é "mais ambiciosa" do que a medida que vigora desde o início de 2024, mas clarificou que rondará os 200 milhões de euros.
Após as declarações de Miranda Sarmento, os partidos não tardaram a criticar o líder do Executivo, destacando que o alívio fiscal de 1.500 milhões de euros prometido pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, acusando-o de "enganar os portugueses".
Já em comunicado, a Presidência do Conselho de Ministros afirmou que é "factualmente verdadeira e indesmentível" a afirmação feita pelo primeiro-ministro na apresentação do Programa de Governo, no Parlamento, de "uma descida das taxas de IRS sobre os rendimentos até ao oitavo escalão, que vai perfazer uma diminuição global de cerca de 1.500 milhões de euros nos impostos do trabalho dos portugueses face ao ano passado".
Segundo o Executivo liderado por Luís Montenegro, a frase corresponde ao que consta do programa do Governo, quando refere uma "redução do IRS para os contribuintes até ao oitavo escalão, através da redução de taxas marginais entre 0,5 e 3 pontos percentuais face a 2023", e do programa eleitoral da Aliança Democrática.
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